Cotidiano

Renan nega participação em articulação de proposta que anista caixa 2

BRASÍLIA – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta terça-feira que não participou de articulações sobre a tentativa de votar na Câmara uma proposta de anistia à realização de caixa dois em campanhas eleitorais e garantiu ?não saber de nada” sobre o teor do projeto. Mas Renan não criticou a ideia e acabou dizendo que num cenário de mais de 30 partidos e com crise econômica é difícil financiar mais de 530 mil candidatos com financiamento público. E defendeu que a reforma política seja votada logo após as eleições municipais de outubro.

Na véspera, deputados acusaram Renan de ter participado, nos bastidores, de negociações para se tentar votar a proposta, que foi retirada da pauta depois de protestos de parlamentares.

? Não participei em nenhum momento (de negociações) e não participaria. Não fui informado do teor do que conteria essa proposta, sinceramente. Qualquer avaliação que faço é uma avaliação que não leva em conta o cenário onde se esboçou essa discussão. Não se de nada: o que é que se pretende, qual é o texto, se o texto é eficaz, em que momento vai votar, não chegou ainda ao Senado ? desconversou Renan, afirmando:

? Entendo que precisamos fazer uma reforma política profunda do Brasil, que comece com a cláusula barreira, passe pela proibição da coligação proporcional e defina também regras transparentes para o financiamento de campanha. Se for público, é público ? disse Renan.

Mas, nesse momento, falou da dificuldade de se fazer campanha apenas com recursos públicos.

? Imagine financiar esse número todo de candidato com recurso público num momento em que o país precisa de recursos para Saúde, Educação, Segurança, Infraestrutura. Isso não seria bom. Então, todo o esforço para acabar com esse mal que é a pulverização de partidos ? disse Renan.

O presidente do Senado disse ainda que a reforma política deve ser votada depois do segundo turno das eleições, quando a Casa retomará as votações.

? Quanto à reforma política, o melhor é deixarmos a votação para depois do segundo turno da eleição. Essa reforma é inadiável, mas ela nunca caminha na Câmara. Mas agora temos uma circunstância nova, com Rodrigo Maia (DEM-RJ) no comando daquela Casa. No Senado, vamos deliberar só depois do segundo turno ? disse Renan.