Cotidiano

Renan ignora decisão da Câmara e mantém trâmite do impeachment

Mais cedo, substituto de Eduardo Cunha, Waldir Maranhão, havia anulado sessão que aprovou pedido

Brasília – A decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), que anulou as sessões de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, pegou Brasília de surpresa na manhã desta segunda-feira (09). A reviravolta é motivo de dúvidas entre juristas, levou a OAB a buscar elementos para recorrer da decisão e levou ao Senado um clima de incertezas sobre o futuro do processo.

No plenário do Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros, se pronunciou na tarde desta segunda-feira. Ele ignorou a decisão de Maranhão e disse que vai dar seguimento ao processo de impeachment.

“Deixo de conhecer o ofício nº 635/2016 da Câmara e determino sua juntada aos autos da denúncia com esta decisão”, afirmou.

Senadores da oposição e da base governista também usam o espaço da sessão para argumentar contra e a favor da anulação.

A decisão de Maranhão, aliado de Eduardo Cunha, mas que votou contra o impeachment na Câmara, foi costurada por governistas durante o fim de semana. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), admitiu, nas redes sociais, que ajudou o presidente interino da Câmara a tomar a decisão de anular o impeachment na Câmara.

O PP, partido de Maranhão, por outro lado, acelera um processo para expulsá-lo do PP.