Cotidiano

Renan diz que denúncias contra ele foram feitas ?nas coxas? e que Janot age por ?vingança?

63305057_BRASIL - Brasília - BSB - PA - 13-12-2016 - PA - Plenário do Senado vota em 2º turno o tex.jpg

BRASÍLIA ? Alvo de denúncia dentro da operação Lava-Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusou nesta terça-feira o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o Ministério Público de “só fazer política” e disse que as denúncias contra ele foram “feitas nas coxas”. Renan disse que as ações do Ministério Público são “contra o Senado” e disse que isso ocorre porque a força-tarefa da Lava-Jato inclui promotores que foram rejeitados pelo Senado.

? E essas outras denúncias, como aquelas, são denúncias apressadas, feitas nas coxas, que demonstram o caráter político do Ministério Público, de vendeta, de vingança porque o Senado rejeitou os três nomes. Não há sequer acusador: a empresa negou que tivesse feito doação, o deputado negou que tivesse falado em meu nome. Então, essa denúncia o mesmo destino das outras denúncias: será arquivada. Porque nunca cometi crime, irregularidade e sempre tive muito cuidado com a minha vida pública e com a minha vida pessoal ? disse Renan, acrescentando:

? Quando a Procuradoria-Geral da República vai apenas para a política, ela perde a condição de ser o fiscal da lei. O Ministério Público, infelizmente, passou a fazer política, só política. Quando você faz política, você perde a condição definitivamente de ser o fiscal da lei.

Renan classificou de “absurdas” as acusações contra ele.

? Você tem delações e delações. Você tem o nome citado porque alguém interpretou que alguém falaria em seu nome é um absurdo. Isso só serve para alimentar um noticiário e para permitir um prejulgamento das pessoas. Pelo amor de Deus! Temos que separar o joio do trigo ? disse ele.

Renan voltou a falar que a força-tarefa tem integrantes que agem de forma vingativa contra o Senado.

? Depois que o procurador-geral da República colocou na força-tarefa três membros do Ministério Público rejeitados pelo Senado para o Conselho Nacional do Ministério Público e para o Conselho Nacional de Justiça, isso, por si só, já demonstra o que ele está pretendendo fazer com o Senado. De modo que as conduções coercitivas, as buscas e apressões, o pedido de prisão, a prisão da polícia, a usurpação de competência, tudo é decorrente do fato de o procurador-geral da República ter colocado como membros da força-tarefa três pessoas rejeitadas pelo Senado. Porque coloca a PGR na política. É evidente que eles vão tomar todos os dias medidas e mais medidas que não se sustentam contra o Senado ? disse ele.

Ele disse que, no caso das denúncias de 2007, o Supremo Tribunal Federal descartou duas das três acusações.

? Estou absolutamente tranquilo. Do episódio de 2007, o Ministério Público entrou com três denúncias no STF e duas foram arquivadas. E uma terceira foi aceita por peculato da verba indenizatória.

Renan disse que o Senado não é fator da crise.

? O Senado não é fator da crise, é ponto de equilíbrio e tem feito o seu papel, tem cumprido a sua parte.

E, como o presidente Michel Temer, cobrou a divulgação das delações.

? Não conhecemos o teor das delações, são vazadas seletivamente para permitir um prejulgamento. O importante é que se conheça o teor das delações, sejam ou não homologadas, para que o país acompanhe com dados, com contra-argumentos, com fatos. Não é isso que está acontecendo no Brasil ? disse ele.

Sobre o projeto da Lei de Abuso de Autoridade, Renan desconversou:

? Pretendo votar todos aqueles itens indicados pelos líderes para compor essa agenda de final de ano.