Cotidiano

Renan diz que ações do Ministério Público afetaram funcionamento do Senado

BRASÍLIA — O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quarta-feira que sempre esteve “tranquilo” em relação ao pedido de sua prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que foi negado nesta terça-feira pelo Supremo, mas aproveitou para criticar duramente o pedido e ainda as últimas ações do Ministério Público. Renan reafirmou que na democracia o direito de opinião é assegurado, ainda mais para parlamentares. Ele disse que deu opiniões na conversa gravada por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. Renan disse que as últimas ações do Ministério Público contra o Senado quase comprometeram o funcionamento da instituição.

— Sempre estive tranquilo (sobre o pedido). Procurei demonstrar em todos os momentos. Acho que, mais do que nunca, temos que ter preocupação com o papel institucional do Congresso. Chegarmos a esse estágio da democracia sem nenhuma garantia, você não poder achar, ter opinião… Ora, os parlamentares são eleitos para achar, para ter opinião. E ter isso, ter um entrave à achar na democracia? Sinceramente jamais imaginei passar por esse estágio. Então, não é questão de investigação pessoal. A investigação pessoal é menor. O que não pode haver é dificuldade para o funcionamento institucional — disse Renan.

Ele lembrou que o Ministério Público quis um mandado para obter documentos da CPI dos Correios, que são públicos.

— Na semana que passou estivemos na iminência de haver uma busca e apreensão no Senado para o Ministério Público ter acesso a documentos que são públicos, de CPI. Submeter o Senado não faz bem à democracia —disparou Renan.

Ele disse ainda que na próxima quarta-feira anuncia sua decisão sobre o pedido de afastamento de Janot protocolado no Senado — Esse é o nono — contou ele.