Cotidiano

Relator pede arquivamento de processo contra Jean Wyllys

jean.jpgBRASÍLIA – O relator do segundo processo contra o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) no Conselho de Ética, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), pediu o arquivamento da ação movida pelo PSC contra o socialista por quebra de decoro parlamentar. Mas com pedido de vista do deputado Capitão Augusto (PR-SP), a votação do relatório foi adiada.

O partido acusa Wyllys de imputar os colegas de parlamento, Jair Bolsonaro (RJ), Eduardo Bolsonaro (SP) e Marco Feliciano (SP) – todos da legenda – como partes culpadas pelo atentado à boate Pulse, em Orlando (EUA) em junho. Em uma postagem no em uma rede social, Jean Wyllys teria associado o comportamento do autor do massacre, Omar Mateen, ao dos simpatizantes dos parlamentares.

Jean Wyllys

No parecer, o relator acredita que não houve associação do atentado contra os que teriam sido citados na postagem, o que não caracterizaria a quebra de decoro. Delgado lembrou que a justa causa alegada na representação estava descaracterizada, pedindo assim, a inaptidão do processo. A votação do relatório apresentado deve ocorrer na próxima semana.

Jean Wyllys também enfrenta outro processo no Conselho de Ética. Ele responde pelo caso de ter cuspido em direção a Jair Bolsonaro durante a votação da admissibilidade do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, em abril. O relator deste processo, Ricardo Izar (PP-SP), foi designado nesta quarta-feira. Já tecendo comentários sobre o processo, Izar disse Wyllys e Bolsonaro, rivais declarados, dependem um do outro na atuação na Câmara

– O que seria de Jean Wyllys sem Bolsonaro e de Bolsonaro se não fosse Jean Wyllys? Essa discussão rende frutos para eles – declarou.

Já o processo contra o deputado Laerte Bessa (PR-DF) também teve pedido de arquivamento feito pelo relator, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), mas teve votação interrompida por conta da abertura da ordem do dia no plenário da Câmara. Bessa é acusado pelo PT de quebra de decoro parlamentar quando disse em 15 de junho que o partido era formado por “ladrões” que a ex-presidente Dilma era uma “vagabunda”.

ARQUIVAMENTO CONFIRMADO

Na única decisão do dia, o Conselho de Ética seguiu recomendação do relator Subtenente Gonzaga (PDT-MG), de arquivar a representação feita também pelo PT contra o deputado Wladimir Costa (SD-PA). O partido acusa Costa de ter quebrado decoro parlamentar quando disse, em uma reunião do conselho em 7 de junho, que “99,99% petistas são bandidos da pior periculosidade”.

Wladimir Costa ficou conhecido após trair em julho o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na votação que determinou o prosseguimento do processo contra o peemedebista ao plenário da casa. O voto de Costa era tido como garantido pela tropa da choque de Cunha para salvar o deputado agora cassado. Na última hora, votou pela cassação. Jean Wyllys Jean Wyllys