Cotidiano

Rejeição a acordo de paz representa golpe para Santos e EUA, dizem analistas

WASHINGTON ? Dois analistas do Atlantic Council afirmam que a vitória no ?não? no referendo sobre o acordo de paz entre o governo colombiano e as Farc geram desafios extras para o país. De acordo com eles, esse resultado pode ser um duro golpe para o presidente Juan Manuel Santos e para a estratégia dos Estados Unidos na região ?Washington foi um dos grandes patrocinadores do acordo e, há 15 anos, investe para pacificar o país.

?O ?não? é um golpe para a Colômbia, à paz, ao nosso hemisfério, e aos frutos da liderança dos Estados Unidos através do Plano Colômbia. Este acordo foi posicionado para se tornar um exemplo de paz negociada para o hemisfério ocidental. Colômbia entra agora em um dos períodos mais incertos da sua história recente?, escreveu, em nota, Jason Marczak, diretor da Iniciativa para o Crescimento Econômico na América Latina do instituto. ?No final, o ódio com as Farc ganhou da esperança sobre o futuro?, completou.

Peter Schechter, também diretor do Atlantic Council, considerou que o resultado do plebiscito gera um desapontamento imprevisto.

?O ?não? significa mais um golpe anti-establishment em uma nação ocidental?, disse ele, que vê muitos problemas para o atual presidente do país: ?O governo colombiano e as FARC não têm escolha, terão que renegociar. No entanto, há perigo à frente: Tal como acontece com Brexit, onde o ex-primeiro-ministro David Cameron se tornou irrelevante, quase imediatamente, as Farc poderiam escolher a abandonar Santos como seu interlocutor e começar negociações com (Álvaro) Uribe (ex-presidente colombiano, que fez campanha pelo ?não?).

A Casa Branca, o Departamento de Estado do governo americano e a Organização dos Estados Americanos (OEA) não se pronunciaram sobre o resultado na noite de domingo.