Cotidiano

Reino Unido não tem plano para conduzir Brexit, diz relatório vazado

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LONDRES ? O Reino Unido não tem um plano para conduzir a saída britânica da União Europeia (UE), aprovada em um referendo em junho deste ano, de acordo com um relatório feito para o governo que vazou para a rede BBC e o “The Times”. Segundo o documento, divisões no governo da primeira-ministra Theresa May podem dificultar que uma estratégia seja acordada por até seis meses. Os departamentos do governo trabalham em mais de 500 projetos relacionaos ao Brexit, que podem exigir a contratação de até 30 mil pessoas.

Após o vazamento do documento, preparado por um consultor para o gabinete de May, o governo não reconheceu as declarações.

? Este não é um relatório do governo e nós não reconhecemos as declarações feitas nete ? disse um porta-voz do gabinete. ? Nós estamos focados em avançar no trabalho de realizar o Brexit e fazer dele um sucesso.

Intitulado “Atualização do Brexit”, o documento vem com a data de 7 de novembro e critica May pela sua tendência de “desenhar decisões e detalhes para resolver a questão por si mesma”. Além disso, aponta que não há uma estratégia comum definida para o Brexit por causa de divergências no governo. De um lado, estão o chanceler britânico, Boris Johnson, o ministro do Comércio, Liam Fox, e o ministro para o Brexit, David Davis. De outro, o ministro das Finanças, Philip Hammond, e o secretário de Negócios, Greg Clark.

O gabinete foi apontado por May na sua posse em junho deste ano. Ela substituiu o ex-primeiro-ministro, David Cameron, que se viu obrigado a renunciar ao cargo após sair derrotado na campanha contra a saída britânica da UE. Ele havia prometido que, se perdesse o referendo, deixaria o governo.

Desde que a população britânica votou pelo Brexit, o clima é de incerteza sobre o futuro da relação entre o Reino Unido e a Europa. A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que irá invocar o Artigo 50 antes do final de março próximo, mas recentemente a Alta Corte de Londres determinou que isso irá exigir a aprovação do Parlamento, uma medida que poderia atrasar ou até desmantelar os planos da premier.