Cotidiano

Região tem o melhor janeiro desde 2015

Nove em cada dez contratações foram nos serviços ou na indústria

Toledo – Desde que o País mergulhou em uma das suas piores crises econômicas da história, a partir de 2015, a região não vivia um janeiro tão bom para a geração formal de empregos. Os dados divulgados ontem pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) revelam que os sinais da recuperação tão aguardada por empresários e por quem precisa de trabalho estão chegando.

Em janeiro de 2018 a região oeste do Paraná criou 1.118 novas oportunidades com carteira assinada. Um desempenho assim não era observado desde janeiro de 2015, quando as seis maiores cidades do oeste geraram 1.302 novas efetivações.

Se comparado com o desempenho de janeiro de 2017, por exemplo, o avanço foi de 44%. No primeiro mês do ano que passou haviam sido registradas 774 novas contratações.

Ainda de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, tanto em Assis Chateaubriand, quanto em Cascavel, Foz do Iguaçu, Marechal Cândido Rondon, Medianeira e Toledo, o principal segmento que puxou as contratações foi o de serviços, com total de 667 novas carteiras assinadas, isso já deduzidas as demissões.

Os únicos setores com fechamento de emprego foram o de extrativa mineral, com a perda de um posto, e o comércio, com a extinção de 72 vagas. “No caso do comércio, já era de se esperar porque houve o desligamento dos temporários contratados no fim do ano. Então esta acaba sendo uma regra para todo início de ano”, avalia a economista Regina Martins.

O segundo setor que mais empregou foi a indústria da transformação e por razões muito claras: “Tanto no caso da indústria quanto nos serviços, com o aumento do consumo das famílias, as pessoas estão menos receosas em gastar, sinal de que estão comprando mais. Vão mais ao cabeleireiro e à manicure [serviços] e compram mais alimentos, bem de consumo não duráveis e duráveis [indústria] (…) além disso, a indústria regional tem um importante papel na balança comercial e exporta muito. O exemplo foi o recorde nas exportações em 2017 e 2018 começou se desenhando para um novo volume histórico”, destacou.

 

Em destaque

Entre os municípios da região que mais contrataram em janeiro, destaque para Cascavel (568 novos postos) e Toledo (376). Apenas em Assis Chateaubriand houve mais demissões do que contratações, com a eliminação de 31 postos de trabalho no primeiro mês do ano. Por lá, o setor que mais demitiu foi o de serviços.

 

 

Reforma trabalhista e recuperação econômica

Outro aspecto que cai por terra, ao menos num primeiro momento, era a possibilidade de que a reforma trabalhista reduziria drasticamente o emprego formal, incentivando a terceirização. “Pode até ser que isso ocorra em algum momento, mas essa é a prova de que, por enquanto, isso não é observado”, destaca a economista Regina Martins.

A característica regional foi um pouco diferente da observada no Brasil, onde em janeiro foram criadas mais de 78 mil novas oportunidades de trabalho e alcançando o melhor desempenho para o mês desde 2012. “A região vive uma característica voltada para o agronegócio, então seu perfil econômico se desenha de uma forma diferente. Numa crise econômica, se o agronegócio vai bem, como foi nos últimos anos, regiões como o oeste do Paraná são as últimas a sentir esses reflexos e a expectativa é para que agora, com a recuperação nacional, por aqui se recupere ainda mais rápido. Ou seja, fomos os últimos a entrar na crise e os primeiros a sair dela”.

No Paraná, foram criados 11.637 novos postos de trabalho em janeiro, também puxados por serviços e indústria. Para o Estado, este foi o melhor janeiro desde 2014, quando foram geradas 11.991 contratações.