Saúde

Região Sul de Cascavel registra maior índice de infestação de ‘dengue’

Conforme o levantamento, 4.771 imóveis foram inspecionados pelos agentes de endemias, que ao todo encontraram 80 criadouros do mosquito da dengue no município

Região Sul de Cascavel registra maior índice de  infestação de ‘dengue’

Cascavel – A Prefeitura de Cascavel divulgou ontem (20) os dados do 1º ciclo do LIRAa (Levantamento de Índices Rápido para o Aedes aegypti) de 2022, realizado pela Vigilância em Saúde Ambiental por meio do Setor de Controle de Endemias. O informe abrange os três primeiros dias desta semana, de 17 a 19 de janeiro.

Conforme o levantamento, 4.771 imóveis foram inspecionados pelos agentes de endemias, que ao todo encontraram 80 criadouros do mosquito da dengue no município. As equipes se espalharam por regiões da cidade e fizeram a vistoria em vasos de flores, bebedouros de animais, calhas, garrafas, pneus e qualquer recipiente que fosse propício à proliferação do Aedes aegypti.

 

INFESTAÇÃO

A Região Sul de Cascavel foi a que registrou os maiores índices, com 19 criadouros localizados após 432 inspeções a imóveis, com média de infestação de 3,7%. Os agentes percorreram os bairros Padovani, Jardim União, Santa Catarina, Faculdade I e II, Universitário, Turisparque, Veredas.

Na Região Central, dividida como Centro, Centro I, Centro III, Centro IV, Centro V, Caravelli, Quartel e Lago Municipal foram contabilizados os menores índices, com apenas um criadouro encontrado e 0,2% de média de infestação. Neste setor 431 imóveis foram inspecionados.

A região que compreende os bairros Angra dos Reis, Esmeralda, Siena, Santos Dumont, Aeroporto, Guarujá, Vila Dione, Quebec, XVI de Novembro, Itapuã e Santa Felicidade também tem ligado um alerta à população. Nestas localidades, 441 residências foram inspecionadas e 12 criadouros foram encontrados.

A média de infestação na cidade é de 1,5%, índice considerado de risco médio.

 

MUTIRÃO

A coordenadora de endemias, Ana Paula Barboza, disse que na próxima semana será realizado um “mutirão” de visitas domiciliares com mais equipes. Inicialmente, as inspeções deverão ocorrer nos bairros da Região Sul, em razão do alto índice de infestação. “Vamos entrar em contato com moradores das casas que estavam fechadas, vamos trabalhar no sábado, tudo para intensificar o trabalho de prevenção”, enfatizou.

Barboza também afirmou que é extremamente importante a colaboração da população quando os agentes fazem as visitas. “O objetivo do agente de endemias é a orientação, e não fazer a limpeza do local, que é obrigação do morador”, alertou.

A coordenadora falou que houve redução de criadouros encontrados e casos de dengue em bairros que foram inspecionados recentemente. Entretanto, para que o mosquito seja combatido é necessária conscientizar-se. “Sem a participação de todos não tem como fazer estas ações. A partir da prevenção, também reduzimos internamentos, óbitos e doença em si”, ressaltou.

 

BOLETIM ESTADUAL

A Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) divulgou na última terça-feira o 21º Informe Epidemiológico da Dengue, o qual registrou 60 casos a mais do que o informe da semana passada. De acordo com os dados, o Paraná registra aproximadamente 15 mil casos suspeitos, com 4,48% casos confirmados (673).

Vale lembrar que os dados são do novo período sazonal da doença, que iniciou no dia 1º de agosto e deve seguir até julho de 2022. Até o momento, 306 municípios registraram notificações de dengue. Destes, 112 confirmaram a doença, sendo que 80 municípios com casos autóctones, ou seja, a dengue foi contraída no município de residência. Há ainda, 2.329 casos em investigação e nenhum registro de óbito neste período. Segundo o boletim, os sorotipos Denv1 e Denv2 circulam no Paraná, mantendo a mesma tendência observada no período epidemiológico anterior.

De acordo com a coordenadora de Vigilância Ambiental da Sesa, Ivana Belmonte, é imprescindível que nesse período de intensificação das chuvas e aumento das temperaturas, a população colabore na eliminação de potenciais criadouros.  Ela apontou os locais onde a atenção deve ser redobrada. “Um levantamento entomológico realizado pelos municípios no período de setembro até novembro de 2021, mostrou que lixo, pneus e demais materiais que acumulam água, representam 74% dos recipientes utilizados pela fêmea do Aedes aegypti para depositar seus ovos”, enfatizou.

 

Redação: Paulo Eduardo

FOTOS: Secom