Cotidiano

Região oeste sabe o que quer: sanidade, infraestrutura e energia

Cascavel – Integrado pelas principais forças organizadas da região, o POD (Programa Oeste em Desenvolvimento) vira referência ao Brasil ao desempenhar as funções de um conselho de âmbito regional. Em vez de pensar o crescimento de um município, ele elabora reflexões, ações e estratégias para todo o território, disse o presidente do POD, Danilo Vendruscolo, em reunião quinta-feira à noite na Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel). São mais de 20 ações específicas e três delas consideradas grandes e urgentes para criar as condições certas à impulsão dos indicadores regionais.

Com o alinhamento das prioridades e com a harmonização dos discursos e das reivindicações entre as mais diversas forças regionais, é possível afirmar que o oeste do Paraná sabe muito bem o que quer e onde quer chegar, disse Vendruscolo.

O POD foi criado há menos de três anos e se transforma em um projeto em constante debate e construção: “A lógica é básica: aproximar atores do território para debates, diálogos e reflexos sobre o que é, os potenciais e onde, de forma articulada, a região quer ir”. O programa tem parceria com mais de 60 entidades, mas o objetivo é somar mais de 200.

Ao assumir a presidência do POD em lugar de Mario César Costenaro, que é de Toledo, Danilo Vendruscolo afirma poder gradualmente compreender ainda mais as nuances do oeste do Paraná. “Passei a entender melhor a dinâmica do território e o imprescindível papel, por exemplo, das cooperativas, já que o agronegócio responde por cerca de 90% do PIB regional – é de cerca de R$ 45 bilhões”.

Um dos próximos passos estruturais do Programa é criar o seu CNJP para que possa, com base na elaboração de bons projetos, conseguir recursos das mais diversas fontes e principalmente a fundo perdido.

Ações estratégicas

Dentre as mais de 20 ações consideradas importantes pelos integrantes do POD, três foram apontadas como prioridades em recente fórum desenvolvido em Medianeira. São a sanidade animal, a infraestrutura (obras como o Aeroporto Regional e um novo traçado para a Ferroeste) e as novas energias.

Para reforçar a importância desse movimento considerado transformador, o presidente citou uma frase do fundador da Embraer, Ozíres Silva, que fez duas palestras recentemente em Cascavel: “É a iniciativa privada que tem o papel de fazer acontecer as grandes mudanças que o setor que gera empregos e desenvolvimento almeja”.

Andamento das ações

Em conversa com o secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, e com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, líderes do Paraná conseguiram reduzir, para o Estado, o cronograma de ações para a obtenção do status de livre de aftosa sem vacinação. O único que tem o reconhecimento é Santa Catarina que, sozinho, responde por 40% das exportações brasileiras de carne suína – foram cinco vezes maiores que as do Paraná em 2017. “Além de mercado mais amplo, o preço pago é melhor”, disse Danilo Vendruscolo. “A previsão inicial era de que alcançaríamos o status em 2023, mas agora podemos obtê-lo já em 2019”.

Sobre infraestrutura, ele falou do pedágio, com a posição do oeste pela não renovação dos atuais contratos, e de outras obras estruturantes.

Há consenso sobre a necessidade do Aeroporto Regional do Oeste, sobre um novo traçado à Ferroeste, abrangendo áreas do Mato Grosso do Sul, Paraná e litoral do Estado e quanto a investimentos em energias renováveis.

Danilo Vendruscolo lembrou que participou, em fevereiro, do 30º Show Rural Coopavel, que inaugurou uma das maiores plantas fotovoltaicas paranaenses. “Todavia, somos um dos quatro entes da Federação que ainda tributam a geração de energias alternativas. Estamos trabalhando, com base em argumentos, a isenção com o governo estadual”.

Mesmo abrigando grandes hidrelétricas, como Itaipu e Salto Caxias, o oeste tem carência de energia, o que limita investimentos. E isso precisa mudar e rápido, conforme o presidente do POD.