Cascavel – De 2014 até o início de novembro deste ano a ação de agentes químicos intoxicou 2.198 pacientes na região Oeste. A maior parte dos casos tem relação ao uso indevido de medicamentos. Somente por este motivo foram atendidos 1.136 pacientes, o que representa 51% das ocorrências.
Entre as intoxicações por medicamentos predominam as estatísticas de pacientes que tentaram suicídio.
São casos intencionais em que a pessoa, como tentativa de fuga dos problemas, ingere medicamentos, sobretudo, psicotrópicos, revela o chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 10ª Regional em Cascavel, Djaime Souza.
Casos acidentais por desconhecimento da dosagem adequada de cada tipo de remédio também ocorrem. Existe ainda preocupação pela popular automedicação, quando o paciente faz uso do remédio sem prescrição médica.
O controle para a venda de medicamentos está no início. Antibióticos, por exemplo, não são vendidos sem receita, porém ainda há uma grande quantidade disponível para a venda sem controle, complementa Souza.
A fronteira da região Oeste com o Paraguai aumenta os riscos de intoxicação por medicamentos para emagrecimento, produtos que são comercializados de forma clandestina. Sem prescrição médica, as pessoas insistem em comprá-los e sofrem pelos resultados contrários à saúde.
A orientação para casos de intoxicação é buscar o mais rápido possível a rede de urgência para os procedimentos adequados.
É preciso avaliar a condição do paciente para lidar com os efeitos provocados pela substância ingerida e se houver necessidade até mesmo proceder com a lavagem estomacal, explica o chefe da vigilância.
Agentes nocivos
Há diversos outros agentes que provocam danos à saúde da população. No ano passado, mais de 200 pessoas sofreram intoxicação pelo vazamento de amônia em uma empresa em Cascavel. Produtos domésticos aparecem em terceiro lugar nos casos de intoxicação. De janeiro de 2014 até este mês, 156 pessoas foram socorridas. A limpeza diária com algum produto químico de forte odor é identificada com uma das causas mais comuns.
Agrotóxicos
A utilização extensiva dos agentes de finalidade agrícola resultou em 154 intoxicações no período analisado. A ação nociva do componente resulta em sinais e sintomas agudos ou crônicos e, muitas vezes, pode ser fatal.
Provoca desde náuseas, tonturas, dores de cabeça ou alergias até lesões renais e hepáticas, cânceres, alterações genéticas e doença de Parkinson, alerta o chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 10ª Regional em Cascavel, Djaime Souza.
(Com informações de Romulo Grigoli)
