Cotidiano

Refúgio faz estudo inédito sobre olhos da harpia

A pesquisa, feita em animais do Refúgio Biológico Bela Vista, margem brasileira da Itaipu, é conduzida pelo médico veterinário Wanderlei de Moraes

Foz – Um estudo sem precedentes desvenda o funcionamento dos olhos das harpias, a maior ave de rapina das Américas. A pesquisa definirá o que é um olho normal para a espécie, parâmetros até agora ignorados pelos cientistas. No futuro, o conhecimento será fundamental para que as harpias sejam reintroduzidas na natureza com mais segurança. Hoje, os animais estão em risco de extinção na América do Sul.

A pesquisa, feita em animais do Refúgio Biológico Bela Vista, margem brasileira da Itaipu, é conduzida pelo médico veterinário Wanderlei de Moraes, da Divisão de Áreas Protegidas, como parte do seu doutorado em Oftalmologia Veterinária, pela Universidade Federal do Paraná, com orientação do professor-doutor Fabiano Montiani-Ferreira. A previsão é o que projeto esteja concluído nos próximos 20 meses.

“Isso nos dará uma referência do que é um olho normal de harpia, permitirá identificar os problemas oculares e qual a referência básica que teremos para soltá-la na natureza”, explicou Moraes. “A partir desse padrão, o veterinário poderá decidir melhor se o animal pode ser solto, por estar em ótimas condições de saúde, se ele vai ter que passar por algum tratamento ou, ainda, se não tem condições de soltura”, completou.

Na parte oftalmológica, foram conferidas produção de lágrimas, medidas biométricas e pressão intraocular, além de analisados os tipos e quantidade de bactérias que compõem a microbiota do olho. Moraes também coordena o Programa de Reprodução de Harpias em Itaipu, o mais bem-sucedido do mundo na atualidade. A perspectiva é que, numa próxima etapa, o programa de Itaipu abarque um plano-piloto de reintrodução de harpias em ambiente natural.