Cotidiano

Refugiados aumentam em 30% nas ruas de Paris após destruição de campo em Calais

PARIS ? O número de imigrantes que dormem ao relento nas ruas de Paris se multiplicou em pelo menos cerca de um terço desde o início da semana, segundo autoridades locais. O aumento vem depois que o campo de refugiados em Calais começou a ser desmantelado pelo governo. O local, conhecido como ?A Selva? pelas suas condições altamente precárias, abrigava milhares de pessoas na cidade portuária.

Centenas de tendas foram colocadas como abrigos improvisados nas ruas parisienses. Lá, vivem na maioria africanos que contam ter deixado a vida no Sudão para tras. Eles colocam papelões no chão para amenizar o frio do inverno que se aproxima na Europa.

O aumento do número de refugiados nas ruas parisienses foi registrado por diversos fotógrafos. Em uma das imagens, uma mulher ensina francês para os imigrantes na calçada.

Embora a presença de imigrantes em Paris não seja novidade, é um fenômeno que cresceu substancialmente ao longo da última semana. Autoridades estimam que agora o número de tendas pelas ruas gire entre 700 e 750 ? o que significa que há cerca de 2 mil ou 2,5 mil pessoas dormindo pela região, em comparação a 1,5 mil pessoas de algunas dias atrás.

? Nós vimos um grande aumento desde o início da semana. Na noite passada, nossas equipes contaram entre 40 e 50 tendas novas que apareceram em dois dias ? disse Colombe Brossel, autoridade parisiense encarregada de questões de segurança

As autoridades francesas anunciaram na quarta-feira o fim da ?Selva? de Calais, um dos maiores campos de migrantes da Europa, após a retirada de quase 5.600 migrantes, adultos e menores de idade.

Os trabalhos de demolição do acampamento começaram nesta quinta-feira na parte oeste desta grande área, que ficou praticamente vazia.

Máquinas escavadeiras destruíam os barracos e casas improvisadas abandonadas. A polícia foi mobilizada para impedir que curiosos, jornalistas e migrantes entrassem no local.

Até semana passada, entre seis mil e oito mil pessoas, principalmente sudaneses, eritreus e afegão, viviam naquele que era o maior acampamento improvisado de migrantes da França e um dos maiores da Europa. Muitos deixaram o campo por conta própria.

Alguns migrantes incendiaram seus barracos antes de deixar o local. As chamas afetaram quase todo o acampamento, sobretudo na rua central, onde as lojas informais terminaram em cinzas.