Cotidiano

Reforma do governo para gás natural pode retomar Comperj

BRASÍLIA – O governo do presidente interino Michel Temer quer definir até novembro um conjunto de propostas para o desenvolvimento do mercado brasileiro de gás natural, diante da redução de participação da Petrobras no setor, com a venda de ativos em curso. Com a saída da estatal dos gasodutos, o governo quer promover uma maior competição para o setor crescer mais.Segundo Paulo Pedrosa, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, que esteve nesta quarta-feira na Comissão de Infraestrutura do Senado Federal, os projetos poderão trazer a iniciativa privada para investir no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), cujos investimentos foram desacelerados drasticamente pelas Petrobras.

— Existe um espaço que pode servir a um projeto importante para o país — disse Pedrosa.

O secretário de Petróleo do MME, Marcio Félix, disse que os próximos leilões de campos de exploração de petróleo e gás no país terão exigências de conteúdo local mais amigáveis aos investidores, com mais incentivos do que penalizações.

— A gente acho que vai conseguir privilegiar o acesso à indústria nacional, mas com a entrada de novos operadores, essas empresas do Brasil terão acesso a fornecimentos internacionais. A exportação também vamos considerar conteúdo local — disse Félix.

Ele lembrou que há quadro leilões no radar do governo de médio prazo. O primeiro é a chamada rodadinha, com campos marginais no Nordeste, principalmente. O segundo é um leilão de áreas em terra e mar próximos de campos que a Petrobras está vendendo – o que aumenta a atratividade das áreas – e, para o próximo ano, o segundo leilão de áreas do pré-sal, com quatro campos contíguos a outros já em operação (unitizáveis).