Cotidiano

Reforma do ensino médio vai aumentar ingresso nas universidades, diz ministro

BRASÍLIA – O ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou nesta quinta-feira que a redução no número de estudantes matriculados em cursos no ensino superior ano passado pode ser corrigida com a reforma do ensino médio, conforme prevê medida provisória editada pelo presidente Michel Temer no mês passado. Pelos dados do Censo da Educação Superior, houve um queda de 6,1% no número de estudantes que ingressaram nas universidades do país.

? A reforma do ensino médio vai na direção de de facilitar o acesso dos alunos ao ensino superior. Mas essa mais uma sensibilidade pessoal do que técnica ? disse o ministro, depois da divulgação do censo.

A presidente do Inep, Maria Inês Fini, também considera a reforma do ensino médio essencial para melhorar o acesso e a permanência no ensino superior. Para ela, não há medidas alternativas a não ser a reformulação do ensino médio. A mudança do modelo, conforme prevê a medida provisória, permitiria aos estudantes definir áreas de afinidades mais cedo e se preparar melhor para os desafios futuros.

? Não há nada a fazer a curto prazo a não ser implementar o mais rápido possível uma reflexão para que a gente tenha um ensino médio mais atraente, mais organizado, vivendo mais o contexto de vida dos jovens, vivendo mais o mundo cibernético, o mundo mais apoiado em tecnologia e mais significativo para o momento que eles estão vivendo hoje ? afirmou Maria Inês.

A presidente do Inep se mostrou preocupada também com os altos índices de desistência nos cursos superiores. Muitos estudantes ingressam nas universidades, mas desistem dos cursos por falta de identificação com os cursos escolhidos.

? É uma demonstração que todo o investimento que se faz na qualificação docente, na estrutura física de laboratório do ensino superior tem que ser revista. É um desperdício de dinheiro, público ou privado, que a sociedade faz em função da nossa administração errada ? afirma.

Maria Inês sustenta ainda que as carreiras do ensino superior têm que ser revistas para se tornarem mais atraentes e significativas para o mercado de trabalho.