Cotidiano

Rede de comida japonesa é suspeita de lavagem de dinheiro no esquema de Cabral

RIO – A rede de restaurantes japoneses Manekineko é suspeita de ter participado do esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), de acordo com investigações do Ministério Público Federal (MPF). A informação foi publicada pelo jornal ?Folha de S.Paulo? nesta terça-feira e confirmada pelo GLOBO.

A reportagem informa que a empresa fez transferências, num total de R$ 3,3 milhões para o escritório de advocacia da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo em 2014 e 2015. Por outro lado, relatório do Coaf aponta que sócios e funcionários da rede foram beneficiários de depósitos em dinheiro feitos por uma das secretárias de Adriana.

O GLOBO apurou que um dos sócios de Adriana Ancelmo é o advogado Thiago Aragão, que começou como estagiário. Uma ex-namorada dele contou que, entre 2014 e 2015, um operador do esquema, Luiz Carlos Bezerra, entregava de R$ 200 mil a R$ 300 mil toda semana no trabalho da ex-primeira-dama.

Aragão cuidava diretamente dos clientes de Adriana ainda na época em que ela era sócia do ex-marido. Uma ex-mulher de Aragão era cunhada de Ítalo Garritano Barros, dono do Manekineko. Sabe-se que Ítalo, para reduzir a carga tributária, opera com unidades independentes e que todos os garçons recebem em dinheiro, razão pela qual precisa das notas fiscais.

Procurada pela ?Folha?, a empresa afirmou que não poderia se manifestar no momento e a defesa de Adriana Ancelmo não retornou os contatos. A rede de restaurantes não comentou a investigação, mas a gerência de marketing afirmou que o responsável pela empresa só poderia se manifestar na próxima quinta-feira.