Cotidiano

Recursos do impeachment podem trazer Dilma de volta, diz Janaina

BRASÍLIA – A advogada Janaina Conceição Paschoal, uma das autoras da denúncia que levaram ao impeachment, criticou os partidos que entraram no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o fatiamento da decisão que acabou por permitir que Dilma Rousseff possa ocupar outros cargos públicos. Ela argumentou que caso uma decisão da Corte por novo julgamento seja tomada após terem sido passados 180 dias do afastamento de Dilma haveria a possibilidade de ela voltar ao cargo.

– Se o impeachment for anulado, ainda que se marque novo julgamento, Dilma voltará imediatamente para o poder, pois terão passado os 180 dias. Será que eu preciso desenhar? – escreveu Janaina em uma rede social.

A possibilidade de uma volta de Dilma ocorreria somente se uma decisão da Corte determinando ao Senado um novo julgamento ocorra a partir de 9 de novembro.

A advogada criticou os partidos que questionam judicialmente o fatiamento afirmando que se abre brecha para que o Supremo interfira também no debate de mérito. Ela argumentou que o STF poderia facilmente rejeitar recursos da defesa, mas que quando 20 partidos, inclusive os que apoiam o impeachment, questionem a decisão a Corte poderia ampliar sua análise.

– Vocês estão cegos! Cegos pela vaidade! Cegos pela ganância! Cegos pela sanha punitiva! Reflitam! Eu peço, pelo amor de Deus, que quem já impugnou o julgamento do Senado, desista das medidas interpostas. Eu peço, pelo amor de Deus, que os partidos que ainda não impugnaram, não interponham nenhum tipo de medida – afirmou Janaina.

O líder do PV, senador Alvaro Dias (PR), discordou da avaliação da advogada. Ele afirmou que os pedidos são de impugnação apenas da segunda votação.

– Repito, minha petição preserva a primeira votação e amplia seu alcance para atender todos os dispositivos constitucionais. Sem risco algum de retorno – afirmou Dias.