Cotidiano

Rebeldes sírios aprovam trégua, mas alertam para necessidade de supervisão

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BEIRUTE – Os grupos rebeldes na Síra vão emitir uma declaração de boas-vindas ao acordo de cessar-fogo no país firmado por Estados Unidos e Rússia, que entrará em vigor a partir da noite de segunda-feira, mas haverá ressalvas no texto quanto à manipulação de violações por parte do governo do presidente sírio Bashar al-Assad, informou uma autoridade rebelde no domingo.

Mesmo após o anúncio do pacto de trégua, regiões do país foram bombardeadas e o número de mortos, inicialmente registrado em 25, ultrapassa 100, segundo agências internacionais e locais. Mais bombardeios aéreos atingiram as províncias de Aleppo e Idlib neste domingo, após inserções aéreas deixarem dezenas de mortos no sábado. Um ataque na cidade Saraqeb atingiu um centro de defesa civil que era base de socorristas, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), entidade sediada no Reino Unido que monitora a guerra no país.

? As facções acolhem o cessar-fogo e o recebimento de ajuda, mas têm ressalvas com relação a alguns pontos: quais são as sanções caso o regime não cumpra (o acordo de trégua)? ? questinou Zakaria Malahifji, do grupo rebelde Fastaqim, baseado em Aleppo, segunda maior cidade da Síria.

Os grupos contra o governo de Assad acreditam que foram tratados injustamente pelo acordo e reclamam por terem sido consultados sobre o plano, apontou Malahifji.

? Grande parte dos acordos servem ao regime e não exercem pressão sobre ele e não atendem ao povo sírio ? sustenta o militante.

O cessar-fogo não se aplica aos grupos jihadistas Estado Islâmico ou Jabhat Fateh al-Sham, anteriormente conhecido como Fronte Nusra até se desvencilhar de uma aliança formal ao grupo al-Qaeda e mudar de nome.

Os Estados Unidos alertaram os insurgentes no sábado que sofreriam ?duras consequências? se cooperassem com o Jabhet Fatah al-Sham, que lutou junto a uma série de grupos rebeldes islâmicos durante recentes conflitos no sul de Aleppo.

IRÃ DE ACORDO COM PACTO

O Ministério Iraniano de Relações Exteriores no sábado acolheu o acordo entre Rússia e Estados Unidos. O país tem sido um aliado-chave do governo de Assad durante o conflito que já dura cinco anos e deixou 500 mil mortos.

Segundo a agência oficial iraniana ISNA, Bahram Ghassemi, porta-voz do órgão, afirmou que o ?Irã sempre deu boas-vindas ao cessar-fogo na Síria e à facilitação de acesso humanitário ao povo desse país?.

Com a aprovação do Irã, o acordo agora conta com apoio de Assad e todos os seus principais aliados: Moscou, Teerã e o grupo miliante libanês Hezbollah. O Irã enviou alguns de seus mais altos comandantes militares, bem como a Guarda Revolucionária e forças armadas regulares, para colaborar com os soldados de Assad.