Cotidiano

RBS vai cobrar de empresas britânicas que deixarem dinheiro depositado

2011 461248488-20111007121404149afp.jpg_20111007.jpgLONDRES – Alguns dos grandes clientes corporativos do Royal Bank of Scotland (RBS) passarão a ter de pagar para manter seus recursos depositados no banco, a partir de segunda-feira. Isso porque o RBS vai se tornar a primeira instituição financeira na Grã Bretanha a cobrar juros negativos.

A decisão, anunciada pelo banco nesta sexta-feira, está ligada às taxas negativas do Banco Central Europeu (BCE) e não com a decisão do Banco da Inglaterra este mês de reduzir seus juros para 0,25%, uma mínima recorde.

O RBS já entrou em contato com cerca de 70 clientes de seu investment banking para informá-los das cobranças, que devem atingir os consumidores que negociam contratos futuros e outros contratos que precisam ser processados por meio de câmaras de compensação na europa, disse à Reuters uma fonte próxima ao banco.

No comunicado, a instituição explica que, com a taxa negativa, está repassando os custos que tem com essas câmaras de compensação desde que o BCE adotou o juro negativo este ano.

DISTANTE DE PESSOAS FÍSICAS

?Em função da continuação do ambiente de juros baixos, o RBS agora vai passar o custo de manter estes depósitos para um limitado número de nossos clientes institucionais?, disse o comunicado.

A instituição não deu, contudo, detalhes sobre o tamanho dessas cobranças.

O BCE recorreu à taxa negetiva para tentar encorajar os bancos a emprestar dinheiro para estimular a economia europeia, que ainda está sofrendo os efeitos da crise financeira de 2008-2009.

Os bancos estão buscando encorajar os clientes a transferirem seus recursos de contas de depósito para outros produtos financeiros.

O RBS escreveu para um milhão de clientes corporativos na Grã Bretanha em julho para informá-los da possibilidade de cobranças para depósitos caso o Banco da Inglaterra adotasse taxas de juros negativas.

Seis dos bancos centrais do mundo já adotaram taxas negativas, entre os principais estão o Banco do Japão e o BCE.

Laith Khalaf, analista sênior da corretora Hargreaves Lansdown, avaliou que o impacto seria limitado para a maioria dos clientes:

? Nós ainda estamos muito longe de os bancos imporem taxas negativas para clientes pessoas físicas, o que seria uma atitude muito impopular.