Cotidiano

Raphael Costa lança primeiro single de disco produzido por Marcelo Jeneci

unnamed (20).jpgRIO ? Levou um tempo para que “Diamante hortelã”, disco de estreia do cantor e compositor pernambucano Raphael Costa, fosse lapidado. Algumas das canções que lá estarão quando o álbum sair, em janeiro, foram compostas em 2005, por exemplo. Mas chegam maturadas após anos de experimentações do músico por diversas bandas e formações e pelo toque de Marcelo Jeneci, em uma das raras incursões do paulista na função de produtor.

A primeira faixa, “Mão na mão”, adiantada pelo site do GLOBO (ouça abaixo e/ou faça o dowload no site do músico), dá uma boa ideia geral de como será o “Diamante hortelã” de Raphael. Todo composto pelo olindense, o single apresenta a faceta solar que percorre boa parte do disco e é uma ode ao carnaval de Olinda, ao qual o músico afirma ser 100% fiel ? nunca pulou a festa em qualquer outro lugar.

? Esse primeiro single é uma das músicas mais recentes que eu fiz ? conta Raphael. ? Ela traz esse lado mais solar e o disco ficou mais por aí, apesar de ter também momentos que pendem para uma espécie de buraco negro. O título do álbum traz um conceito de abstração que é muito coerente com seu discurso. Raphael Costa – ‘Mão na mão’

Na faixa, gravada no estúdio Totem, em Fortaleza, o pernambucano canta e toca violão, e é acompanhado por Thiago Hoover (guitarra), Rogério Samico (baixo), Yuri Kail (bateria), Gilú Amaral (percussão) e pelo próprio Marcelo Jeneci (teclados).

? O Raphael Costa é um grande compositor. É um artista pernambucano que eu admiro muito e de tanta admiração pelas músicas dele, pelo faro poético dele, pela vibração poética em que ele vive e pela doçura, se tornou um grande amigo ? explica Jeneci. ? Fui me envolvendo com esses pequenos diamantes que são as canções dele e que formam o disco”Diamante hortelã”. Ele é um interlocutor meu, da minha criação, de diversos passos meus, e eu também dele. A gente não teve nenhuma hesitação na hora de trabalhar junto neste álbum.

O cantor e compositor (e produtor, neste caso) paulista aproveitou para enumerar qualidades da arte de Raphael:

? Me chama muita atenção essa característica de manter uma autenticidade, uma afetividade de uma música muito rica como a pernambucana e, ao mesmo tempo, trazer um embasamento muito grande no conteúdo das letras e uma busca com uma inteligência musical apurada no resultado estético.c3311b10-4591-4b14-9ee0-fbffbaedba61_raphaelcostamarcelojeneci.jpg

Raphael conta que tal “inteligência musical” veio de caminhos diversos. Da infância, ouvindo a mistura musical do pai (“ele ouvia de Nelson Gonçalves a Roberto Carlos) e da mãe (“ela que me apresentou a Djavan, Gil, Chico Buarque…”); dos muitos carnavais em Olinda; da riqueza musical que vem do interior de Pernambuco; da temporada de dois anos morando em Paris, onde se encantou ainda mais pela música africana e, inspirado, começou a escrever suas próprias músicas; e do período em que administrou a Casa de Seu Jorge, em Recife, onde organizou mais de 400 shows dos mais diversos artistas, entre eles Jeneci e Elba Ramalho.

Agora, Raphael e Jeneci trabalham na faixa seguinte, intitulada “Minh’alma” ? segundo o produtor, a canção “narra bem o cenário indescritível de Olinda”.

? Apesar de ser um disco que fala muito de Pernambuco, eu cheguei a pensar em gravá-lo em São Paulo, mas isso podia trazer mais à tona o lado obscuro das composições. Depois, decidimos por Fortaleza, que tem um clima mais ventilado, pessoas mais abertas ? conta Raphael. ? Eu fiz questão que gravássemos juntos, a banda toda, e que ninguém voltasse para casa, para que o resultado fosse como uma fotografia do encontro de amigos.