Esportes

Rafaela Silva diz que torcida botou pressão nas adversárias

Rafaela Silva sabe usar o “fator campo”, como se diz em outro esporte, o futebol, a seu favor. Nos tatames cariocas ela se torna insuperável. Na cidade em que nasceu foi onde conquistou o título mundial, em 2013, e, agora, o ouro olímpico.

– A torcida ajudou muito, vi que as adversárias sentiram a pressão – disse, após a conquista.

Mais cedo a adversária superada por ela nas quartas de final, a húngara Hedvig Karakas, já tinha elogiado a força e a determinação da brasileira. E previu que Rafaela chegaria ao título olímpico.

– Rafaela está muito forte competindo em casa. Ela está “on fire”. Vai para o ouro, com certeza – afirmou, perfeita no palpite.

Logo depois de falar com os jornalistas, Rafaela recebeu longo abraço do técnico Geraldo Bernardes, que está com ela desde que a campeã começou na Cidade de Deus, ainda criança.

– Mostrei para todos que me criticaram que poderia chegar até aqui – festejou.

Em 2012, após ser eliminada em luta contra a mesma húngara que derrotou desta vez, Rafaela discutiu com torcedores nas redes sociais e foi vítima de xingamentos racistas. Naquela ocasião ela foi eliminada do combate por uma catada de pernas da adversária, golpe considerado ilega. O detalhe é que Rafaela vencia o confronto quando cometeu o erro que lhe custou a desclassificação.

A medalha de Rafaela é a primeira conquistada pelo judô brasileiro na Olimpíada do Rio, que chegou à 20ª para o Brasil nos Jogos e é o esporte que mais pódio deu ao país. Desde Los Angeles-1984 os judocas brasileiro garantem pelo menos uma medalha em cada Olimpíada.