Cotidiano

Racionamento de água em Brasília não tem previsão para acabar

BRASÍLIA – O racionamento de água no Distrito Federal completa um mês na próxima quinta-feira ainda sem previsão de quando vai terminar. Na última semana, foram registradas chuvas constantes em toda a capital, mas a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) informou que a medida continuará por tempo indeterminado.

“O racionamento irá perdurar pelo tempo necessário para restabelecer as condições de segurança hídrica do abastecimento pelos reservatórios de água. A autorização e a suspensão de todas as medidas restritivas são feitas pela Adasa”, declarou a assessoria de imprensa do órgão.

Porta-vozes da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) não souberam precisar o nível necessário de água nos reservatórios para que seja considerado seguro terminar o racionamento, uma vez que o fator ambiental é determinante e bastante imprevisível, mas estimaram que, caso o ciclo hídrico tivesse se mantido normal, os reservatórios estariam cheios em torno de 80%.

Atualmente, o nível do reservatório do Descoberto está em 32,11%, tendo chegado a 18,69%, em 13 de janeiro. Já em Santa Maria, o nível é de 42,93%, atingindo o menor índice em 3 de fevereiro, com 39,96%. Com o racionamento, a redução da vazão de captação, aquela que a Caesb retira para tratar e distribuir água aos moradores, registrou queda de 14% em relação aos números apresentados em dezembro. O valor poderia abastecer cerca de 200 mil pessoas.

Estabelecimentos como hospitais e centros de saúde têm o abastecimento garantido pela Caesb, mas escolas entram em um momento crítico, principalmente com a volta às aulas, realizada hoje. Pelo menos dez escolas correm o risco de ficarem sem água, por estarem localizadas em regiões que estão sob racionamento e não possuírem caixas d?água para preservar o recurso no dia de desligamento. Caminhões-pipa serão disponibilizados pelo governo nos dias de corte e caixas d?água provisórias serão providenciadas.

O rodízio de água em Brasília teve início em 16 de janeiro, devido ao baixo nível no reservatório do Descoberto, que fornece para 66% da população. Desde então, a cada seis dias um grupo de cidades satélites tem o fornecimento cortado por um período de 24 horas, com uma janela de 48 horas para a reestabilização total do serviço, que é retomado gradualmente para não prejudicar as estruturas físicas de abastecimento. Desde 30 de janeiro, as regiões abastecidas pelo reservatório de Santa Maria, que estavam excluídas do rodízio, passaram a ter a pressão reduzida, medida que economiza 3% a 5% do consumo, segundo a Caesb.

Além do racionamento de água, a Caesb aposta em outras medidas para solucionar a crise hídrica no Distrito Federal. Entre elas estão a busca por novos pontos de captação, com a retomada da obra de Corumbá e o início da construção do Bananal, substituição de redes antigas no centro da cidade, campanhas de conscientização e estudos de obra emergencial para captação no Lago Paranoá.