RIO – A sexta-feira muitas vezes demora a passar enquanto trabalhadores sonham com a chegada do fim de semana. No Japão, as empresas estão sendo estimuladas a liberarem seus trabalhadores mais cedo na última sexta-feira do mês, revela reportagem do jornal britânico ?The Guardian?.
A iniciativa faz parte de uma estratégia do governo de aumentar o consumo e também permitir um melhor equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, após o suicídio de uma japonesa de 24 anos que teve mais de 100 horas nos meses antes de sua morte. O ambiente de trabalho no Japão tende a favorecer longas jornadas e poucas folgas.
O programa tem sido chamado de ?Sexta-Feira Premium? e teve a primeira edição nesta última sexta-feira de fevereiro. A expectativa do governo é que essas horas a mais possam ser usadas para o consumo ou até para estimular as viagens de fim de semana, que se tornam maiores, segundo o ?The Guardian?.
A montadora Honda, a fabricante de bebidas Suntory e a empresa de alimentos Morinaga estão entre as companhias que adotaram o novo esquema. Pesquisa feita pelo jornal de negócio Nikkei junto a 155 empresas mostrou que 45% não tinham planos imediatos de aderir ao programa, enquanto 37% afirmaram que tinham decidido ou planejavam adotar a ?Sexta-Feira Premium?.
?Longas jornadas de trabalho se tornaram um grande problema. Estávamos pensando em maneiras de melhorar nosso ambiente de trabalho quando o governo lançou a Sexta-Feira Premium, e achamos que era uma boa ideia?, disse Etsuko Tsugihara, da empresa de relações públicas Sunny Side Up.
Em um relatório, a SMBC Nikko Securities estimou que a campanha da ?Sexta-Feira Premium? pode ser capaz de estimular a economia com cerca de R$ 1,7 bilhão por ano.
