Cotidiano

Quem são as mulheres espiãs que trabalham para a Coreia do Norte?

North Korea Malaysia Female Spies (3)

SEUL ? Um avião comercial sul-coreano explode na costa Sudeste da Ásia. Oficiais do Exército vazam informações em troca de relações sexuais. Uma agente secreta foge em um pequeno submarino. Todas estas são cenas parecem uma história cinematográfica, mas são reais. A Coreia do Norte tem um longo histórico de usr mulheres espiãs para as mais perigosas e mortais missões. Então, quando duas mulheres são presas ligadas ao assassinato do meio-irmão do líder Kim Jong-un, as suspeitas de um possível envolvimento do regime de Pyongyang no caso não passam batidas.

Kim Jong-nam foi assassinado na segunda-feira enquanto esperava um voo no aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia. Crítico do regime do seu irmão, vivia exilado há anos fora do seu país de origem. A Agência de Inteligência da Coreia do Sul acredita que duas jovens mulheres o envenenaram enquanto ele passeava por uma área comercial. Uma delas carregava documentos vietnamitas, e a outra tinha documentos da Indonésia. No entanto, foram poucas as informações reveladas pelas autoridades sul-coreanas sobre o caso por enquanto.

Conheça aqui algumas da espiãs mais famosas que já trabalharam para o regime da Coreia do Norte.

KIM HYON-HUI

North Korea Malaysia Female Spies

Em novembro de 1987, dois agentes norte-coreanos, se fingindo de pai e filha, plantaram uma bomba em um avião sul-coreano durante uma escala em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos. A aeronave seguia do Iraque até Seul, capital da Coreia do Sul. A explosão aconteceu na costa de Myanmar e matou todas as 115 pessoas a bordo. Quando os dois espiões, que viajavam com passaportes japoneses falsos, foram presos no aeroporto de Bahrein, o homem de 72 anos se matou ao morder uma cápsula de cianureto dentro de um cigarro. Já a mulher, Kim Hyon-hui, foi parada antes que pudesse fazer o mesmo.

Depois que foi extraditada para Coreia do Sul, Kim, na época com 27 anos, disse aos investigadores do caso que a bomba era para impedir os Jogos Olímpicos de Seul, marcados para acontecer dez meses depois.

Kim, sentenciada à morte, foi perdoada depois de ter sido enganada por líderes da Coreia do Norte. Desde então, se tornou escritora de diversos best sellers e é casada com um ex-agente de Inteligência.

WON JEONG-HWA

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Won Jeong-hwa, que entrou na Coreia do Sul em 2001 como uma desertora do país vizinho do Norte, foi presa e sentenciada a 5 anos de prisão em 2008. O motivo, de acordo com as autoridades, eram as relações sexuais que Won mantinha para conseguir informações confidenciais do Exército sul-coreano. A espiã planejava a morte de agentes militares. A mídia passou a chamá-la de ?Mata Hari da Coreia do Norte?, citando a dançarina exótica enviada para conseguir segredos militares na Primeira Guerra Mundial.

Depois de ser solta, Won disse que era um exagero ser chamada de Mata Hari, pois só teria feito sexo uma vez para conseguir informações como espiã. Afirmou até mesmo que teria se apaixonado por um oficial do Exército. Além disso, a espiã norte-coreana disse ter desobedecido ordens para envenenar duas de suas fontes do Éxercito sul-coreano.

Won Jeong-hwa tentou ter um novo começo depois que saiu da prisão, sob alegações que ela seria apenas uma informante de baixo nível infiltrada na Coreia do Sul. No entanto, Won sempre afirmou que era uma agente altamente treinada.

LEE SUN-SIL

Em outubro de 1992, a Agência de Segurança da Coreia do Sul anunciou ter prendido 62 pessoas por estabelecer laços com o Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte. Como chefe do grupo secreto estava Lee Sun-sil, de 75 anos, que estaria organizando operações em Seul há dez anos. A espiã, ao que tudo indica, na 22ª posição da hierarquia política do Norte, conseguiu evitar a prisão, pois já havia retornado à Coreia do Norte assim que o partido secreto terminou.

Presa depois em outro caso, em meados dos anos 1990, Lee disse que escapou do país sendo escoltada a bordo de um submarino. A agente disse que recebeu duas vezes a visita do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, avô do atual líder Kim Jong-un. Ele a premiou com um título honorário e um relógio de ouro com o seu nome gravado.

Lee Sun-sil. que também era membro do Parlamento norte-coreano, morreu nos anos 2000 e foi enterrada no cemitério de patriotas de Pyongyang.