Cotidiano

Quedas do Iguaçu pede socorro para parlamentares e governo

Eles cobram reintegrações de áreas já concedidas pela Justiça

Curitiba – Mais de 1,2 mil trabalhadores e líderes de Quedas do Iguaçu estiveram em Curitiba, na segunda-feira (23) para pressionar parlamentares e governo pela reintegração de áreas da Araupel.

Os manifestantes estiveram na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) e uma comissão foi recebida pelo governador do Paraná, Beto Richa, e pelo secretário-chefe da Casa Civil, Eduardo Francisco Sciarra.

Beto garantiu aos trabalhadores que o Estado vai reforçar o policiamento na região para garantir que a empresa possa ter acesso à matéria-prima para manter a indústria funcionando. O governador disse que o Estado vai criar as condições necessárias para que a empresa possa continuar operando e mantenha os postos de trabalho.

Os manifestantes também foram recebidos na Assembleia Legislativa. Um dos líderes fez relato da situação e pediu ajuda dos parlamentares. De acordo com o deputado Marcio Pauliki (PDT), o principal objetivo agora é instalar uma Comissão no Legislativo para analisar os fatos e preservar os milhares de empregos gerados pela principal indústria da região.

“A minha maior preocupação é que as pessoas que moram nos municípios com áreas invadidas tenham condições de levar uma vida digna e manter o sustento das suas famílias”.

De acordo com a empresa, os prejuízos com as ocupações já passam de R$ 22 milhões e a população local pode ser diretamente prejudicada caso uma onda de demissões em massa aconteça. A empresa declarou esperar que as reintegrações de posse determinadas pela Justiça sejam cumpridas o mais breve possível.

Quatro mil empregos

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Madeira de Quedas, Claudir dos Santos, informa que a espera pelas reintegrações cria um clima sem precedentes na história do município.

“O desespero bate à porta. Por isso, viemos dialogar e mais uma vez falar dos dramas que estamos vivendo ao governo e aos deputados”. Claudir informa que a demora em reintegrar as áreas, uma delas concedida pela Justiça há mais de um ano, é de responsabilidade do governo estadual.

O MST é acusado de vários crimes. Além de invadir áreas produtivas, membros do movimento são denunciados pelo corte ilegal de madeira, inclusive de araucárias em áreas de preservação, pela morte de animais silvestres e pelo furto e saque em máquinas, caminhões e implementos.

Claudir afirma que se o governo do Estado não agir rápido, Quedas do Iguaçu corre o risco de perder quatro mil empregos com sério impacto também nas contas do governo. Parte das máquinas e caminhões furtados e saqueados por sem-terra, que criaram uma rede paralela de venda de peças, foi levada a Curitiba e chamou a atenção dos moradores.