Cotidiano

Quatro bebês nascem horas após resgate de suas mães refugiadas

201610041715442214_AFP.jpg ROMA ? Com medo de verem seus filhos chegarem ao mundo nas difíceis condições da Líbia, muitas mulheres se arriscam em perigosas travessias pelo Mediterrâneo. Elas tentam chegar ao continente europeu em busca de uma vida melhor. Mas, muitas vezes, acabam dando à luz antes de chegarem ao seu destino. Foi essa a história de quatro bebês que nasceram em navios de resgate nas últimas horas, pouco após suas mães terem sido retiradas de embarcações de refugiados na costa líbia.

Três crianças nasceram no navio ?Dattilo?, que pertence à guarda costeira italiana, hoje responsável por mais de 30 operações de resgate por dia ? um índice recorde. Outro bebê nasceu no ?Argos?, da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Em apenas 48 horas, mais de dez mil imigrantes foram resgatados no Canal da Sicília, no Mediterrâneo, dando a dimensão da crise migratória enfrentada pela Europa. Eles partiram da costa líbia em direção à Itália depois de fugir de conflitos, fome, pobreza e perseguições. Ao menos 37 pessoas morreram na travessia.

Na segunda-feira, foram seis mil migrantes salvos e, no dia seguinte, 4.655. De acordo com dados da guarda costeira italiana, que coordenou 33 operações de resgate, nove morreram na segunda e 28 na terça-feira. Uma das embarcações pegou fogo.

? Eles morreram de asfixia. O barco ficou à deriva em águas líbias ? explicou a ativista Laura Lanuza ao ?El País?.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), já são 3.500 migrantes mortos até agora este ano que tentavam alcançar o território europeu pelo mar. Mais de 300 mil conseguiram fazer a perigosa travessia em embarcações precárias.

O resgate coincide com o 3º aniversário da tragédia de Lampedusa. Na ocasião, ao menos 366 pessoas morreram em dois naufrágios consecutivos.