Cotidiano

Quase mil peritos param por reajuste

No Oeste aproximadamente 300 profissionais aderiram ao movimento

Cascavel – Cerca de mil peritos paralisaram suas atividades para cobrar avanços nas negociações entre a categoria e o Banco Central sobre o valor pago pelas perícias realizadas nas lavouras que dão direito ao seguro rural contratado pelos produtores. No Oeste aproximadamente 300 profissionais aderiram ao movimento.

Conforme o presidente da Apepa (Associação Paranaense de Planejamento Agropecuário), Daniel Galafassi, a interrupção dos serviços ocorreu pela demora da apresentação de propostas do Banco Central, que depende de autorização do Conselho Monetário para aplicar qualquer índice de reajuste. “As negociações começaram em novembro de 2015 e desde lá não tivemos retorno”, diz. As paralisações, que ocorrem em todo o Paraná, iniciaram em 1º de junho e seguem por pelo menos mais uma semana, já que há a expectativa de uma rodada de negociações nos próximos dias. “Até que não seja feita uma reunião e se discuta o reajuste, os peritos não cedem”, garante o presidente. O movimento tem apoio de profissionais do Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

De acordo com Galafassi, há três anos o valor das perícias ao seguro rural não é corrigido. No último acordo, em 2013, cada perícia passou a valer R$ 230 dos anteriores R$ 190. Desta vez, os profissionais reivindicam o pagamento de R$ 680 por perícia. “Todo o trabalho é custeado pelo profissional, que vai até o campo para verificar a situação da lavoura. Ou seja, são despesas com transporte e equipamentos que geram um custo elevado”, explica.

Prejuízos

A morosidade nas negociações traz um alerta. O seguro, que é acionado em caso de perdas na produção agrícola, causadas por granizo, geada, seca ou chuva em excesso, só é liberado ao agricultor depois de laudo técnico elaborado pelo perito. As formações de geada na semana passada podem ter comprometido as lavouras paranaenses, que devem intensificar nos próximos dias a colheita do milho. “O agricultor que necessita do seguro não pode colher antes da perícia. Essa espera compromete a qualidade do grão e reduz a produtividade da cultura”, lembra Galafassi.