Policial

Quadrilha movimentava R$ 3 bi/ano em contrabando

Mandados foram cumpridos em seis cidades e cinco pessoas foram presas em Maringá, Foz e Paranavaí

Maringá – Nada menos que 360 agentes da Polícia Federal foram mobilizados ontem para a Operação Celeno, desenvolvida no Paraná, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais para desarticular uma organização criminosa que atuava no contrabando de mercadorias do Paraguai. Estima-se que o grupo movimentava cerca de R$ 3 bilhões por ano.

No Paraná, mandados foram cumpridos em seis cidades e cinco pessoas foram presas: um piloto de avião em Maringá, três agenciadores de frete em Foz do Iguaçu e uma funcionária do aeroporto de Paranavaí. Em Foz também foram cumpridos três mandados de busca e apreensão. Agora a PF vai dar sequência ao trabalho para identificar e punir, se for o caso, as empresas dos quatro estados às quais a quadrilha fornecia as mercadorias.

A quadrilha se especializou em trazer produtos do Paraguai com o uso de aeronaves. As mercadorias eram levadas de Salto del Guairá até pistas clandestinas principalmente do interior de São Paulo. As cargas então eram retiradas dos aviões e colocadas em caminhões, que as levavam até o destino final.

Durante quase três anos de investigação a PF descobriu que o frete aéreo era contratado por agenciadores em Foz do Iguaçu e no Paraguai. Já na outra ponta da cadeia criminosa, as mercadorias contrabandeadas eram entregues a empresas com sede em Ribeirão Preto e São Paulo e revendidas.

Ao longo da investigação foram apreendidas quatro aeronaves, cada uma delas transportando cerca de US$ 500 mil em mercadorias. E ontem outros sete monomotores foram confiscados. Um estava no Aeroporto 14 Bis, de Londrina, e os demais nas cidades paulistas de Ituverava, Orlândia e Barretos.

Combate ao contrabando

A Operação Celeno é considerada a maior ação de repressão ao contrabando aéreo já realizada no Brasil. Cerca de 80 pessoas devem ser indiciadas após o cumprimento de todos os 138 mandados (prisão preventiva, 15 de prisão temporária, 18 de condução coercitiva e 77 de busca e apreensão). A investigação começou em 2013, tendo como alvo o Aeroporto de Paranavaí, cujo volume de movimentação chamava a atenção. Na operação, a PF desarticulou quatro grupos que integravam a mesma quadrilha e utilizavam 12 aviões para trazer do Paraguai mercadorias de alto valor, como remédios e eletrônicos.