Cotidiano

PTI gera R$ 1 bilhão em conhecimento

Foz do Iguaçu – Os investimentos feitos no PTI (Parque Tecnológico Itaipu) retornam para a sociedade, especialmente ao oeste do Paraná, território onde está instalado, por meio da geração de conhecimento, pesquisas e desenvolvimento de tecnologias sustentáveis. O valor desses resultados, obtido por uma equipe do PTI que implantou uma metodologia para mensurar os chamados ativos intangíveis, é superior a R$ 1 bilhão.

Ao contrário dos ativos tangíveis, que são concretos e, no caso do PTI, representam as estruturas físicas, os equipamentos e o capital financeiro; os ativos intangíveis não podem ser vistos – são conhecimentos, práticas e atitudes que compõem o valor da instituição. A partir do modelo proposto pelo pós-doutor Osni Hoss, o grupo do PTI atribuiu valor aos ativos intangíveis do Parque, de R$ 1,055 bilhão – 14,6 vezes maior do que os ativos tangíveis.

Entre os exemplos dos ativos intangíveis do PTI está a geração de conhecimento a partir da formação de pessoas. A atuação do Parque começa desde a iniciação científica com crianças e adolescentes, a formação técnico-profissional para jovens, universidade e pós-graduação. No mesmo local em que estudam, muitos desses acadêmicos têm a possibilidade de desenvolver pesquisas como bolsistas nos projetos do PTI.

Também é ativo intangível todo o conhecimento que é gerado a partir dessas pesquisas que são realizadas todos os dias nas inúmeras iniciativas do Parque, ligadas a áreas como desenvolvimento territorial, mobilidade, energias renováveis e segurança eletrônica. O fortalecimento da gestão pública dos municípios, por meio de capacitações ofertadas aos servidores; e o suporte e desenvolvimento de novos negócios por meio da incubadora são outros exemplos. A pesquisa possibilitou dimensionar o valor desse intangível.

Como foi feita a pesquisa?

O analista de projetos do PTI Nelinho Graef conta que a demanda em mensurar os ativos intangíveis do Parque surgiu em 2014 em uma apresentação dos resultados à Itaipu Binacional, instituição mantenedora do PTI.

Segundo ele, somente falar nos custos evitados era insuficiente para dimensionar a atuação do Parque – faltava atribuir valor de alguma maneira aos conhecimentos que eram gerados, bem como práticas e atitudes. “Na época, encontramos a metodologia do Osni Hoss, que permitia fazer esse cálculo. Fizemos uma primeira versão, que foi interna e apresentamos à Itaipu, como estudo preliminar”, conta Nelinho.

A segunda versão da pesquisa recebeu o apoio do próprio Osni Hoss. Uma pesquisa de percepção foi realizada com 230 participantes, entre habitantes do PTI, como colaboradores, estudantes, pesquisadores e empreendedores; e instituições parceiras do Parque. Eles avaliaram uma série de questões relacionadas a processos, estruturas, relacionamentos e competências e valorizações humanas no contexto do Parque.

Os dados obtidos a partir dessa pesquisa, calculados com outras variáveis, como os investimentos financeiros realizados na instituição, resultaram no valor de R$ 1,127 bilhão. O estudo foi feito em 2017, mas os dados são referentes ao ano de 2016.

Graef destaca que o estudo sobre os ativos intangíveis traz benefícios ao PTI em dois sentidos: “A pesquisa como um todo possui indicadores que ajudam na gestão. Então é possível saber quais elementos que têm melhor desempenho e quais podem ser melhorados”.

Como um segundo ponto, o analista de projetos diz que o valor dos ativos intangíveis serve como um parâmetro para demonstrar o potencial do PTI a partir do conhecimento, dos processos e da infraestrutura que ele possui. Nesse sentido, o valor pode ser utilizado na negociação com financiadores e para atrair recursos de mantenedores e investidores, além de otimizar os resultados dos investimentos realizados no Parque e no território de atuação do PTI.