Cotidiano

PT pede à Justiça cópia de documentos apreendidos na sede em SP

sede-ptSÃO PAULO ? O PT pediu à Justiça Federal de São Paulo acesso aos documentos apreendidos durante a Operação Custo Brasil, que investiga um esquema de fraude em empréstimos consignados ligado ao Ministério do Planejamento. O partido quer cópias de arquivos digitais e físicos apreendidos no dia 23 de junho. Entre os itens, há uma caixa com arquivos de repasses da legenda a políticos nas eleições de 2014.

O juiz Paulo Bueno de Azevedo, que conduz as ações do caso, encaminhou o pedido do partido ao Ministério Público Federal para se manifestar antes de ele decidir o caso. O PT alega que precisa ter acesso aos documentos para cumprir compromissos administrativos.

O PT chegou ter as contas bloqueadas como garantia da recuperação dos R$ 102,6 milhões desviados do esquema. A medida foi revertida após o partido comunicar que os recursos na conta eram do fundo partidário. De acordo com a legislação, os valores não poderiam ser bloqueados.

“Os colaboradores apontam Vaccari como uma espécie de mentor de esquema de desvio de dinheiro no caso CONSIST”, disse o juiz no despacho completando: “O principal beneficiário do esquema seria o Partido dos Trabalhadores”.

Em nota, a Justiça Federal de São Paulo informou que as contas do PT ficaram bloqueadas até o dia 27 de junho, quando o juiz determinou determinou sua liberação já que a conta que recebe os recursos do Fundo Partidário, que, por lei, é ?impenhorável?.

A Custo Brasil, um desdobramento da 18ª fase da Lava-Jato, apura o pagamento de propina em contratos de prestação de serviços de informática com a empresa Consist, na ordem de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015.

Segundo a Polícia Federal, há indícios de que o Ministério do Planejamento, durante a gestão do ex-ministro Paulo Bernardo, direcionou a contratação da Consist para a gestão do crédito consignado na folha de pagamento de funcionários públicos federais com bancos privados, interessados na concessão de crédito consignado.

De acordo com a apuração, 70% dos valores recebidos por essa empresa eram repassados a pessoas ligadas a funcionários públicos ou agentes públicos com influência por meio de outros contratos fictícios.