Cotidiano

PT não explica pagamento a empresa de assessor de ex-ministro

BRASÍLIA ? O PT divulgou uma nota nesta quarta-feira sobre o encaminhamento ao Supremo Tribunal Federal (STF) de informações de um empresa contratada pela campanha da presidente afastada Dilma Rousseff em 2014 sem qualquer explicação sobre como os recursos foram parar em outra empresa, que era de propriedade de um assessor do ex-ministro e tesoureiro da campanha, Edinho Silva. A suspeita é sobre a DCO Informática, Comério & Serviços, que alega ter subcontratado a 2K Comunicações para o envio de mensagens pelo WhatsApp. A 2K era de propriedade de Keffin Gracher, que assessora Edinho desde que ele era deputado estadual.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, encaminhou informações ao Supremo pelo fato de a DCO ter recebido R$ 4,8 milhões da campanha para enviar mensagens pelo WhatsApp mas não ter estrutura para tal. A empresa dispunha apenas de um notebook, um servidor e três funcionários não registrados. A DCO alegou ao TSE ter desenvolvido o software para o disparo das mensagens e ter subcontratado a empresa de Keffin para fazer os envios e gerar os relatórios de acordo com a base de dados fornecida pelo PT.

Na nota divulgada por Flávio Caetano, advogado da campanha de Dilma no processo no TSE, não há qualquer menção à subcontratação de uma empresa ligada ao tesoureiro. Questionado pelo GLOBO, ele afirmou que o assunto seria ?interno? da DCO.

? A atividade interna da empresa não diz respeito à campanha ? afirmou Flávio Caetano, por mensagem de texto.

Edinho Silva disse que a nota seria sua resposta e não atendeu os telefonemas para responder sobre a relação com Keffin. O GLOBO não conseguiu contato com o ex-assessor.

Na nota, a campanha sustenta ter contratado a DCO para mandar mensagens por SMS e WhatsApp durante o segundo turno das eleições como ?resposta? à propaganda feita por esses meios pelo adversário, o senador Aécio Neves. Sustenta que os serviços foram prestados e ressalta que as contas da chapa Dilma e Temer foram aprovadas pelo TSE.

?A contratação foi necessária em resposta à intensa campanha feita por Whatsapp e SMS pela chapa adversária. Os serviços contratados foram devidamente prestados e atestados?, diz a nota.