Cotidiano

PSOL protocola pedido de impeachment de Temer

BRASÍLIA – A bancada do PSOL protocolou nesta segunda-feira, na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, pedido de impeachment do presidente Michel Temer por crime de responsabilidade no caso de suposto tráfico de influência envolvendo o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que deixou o cargo na semana passada. Para dirigentes do partido, Temer ‘ameaçou’ o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, para que atuasse para liberar a construção de um prédio de luxo em área nobre de Salvador, onde Geddel tem um apartamento comprado na planta.

Caberá ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado do governo, decidir se aceita ou arquiva o pedido do PSOL.

O pedido de impeachment é assinado pelo presidente nacional do PSOL, Luiz Araújo, e foi anunciado pelo líder do PSOL na Câmara, Ivan Valente (SP), pelos deputados Glauber Braga (RJ), Luiza Erundina (SP) e Jean Wyllys e por Luciana Genro, presidenciável e candidata do partido à prefeitura de Porto Alegre.

? Geddel praticou crime de tráfico de influência e o seu superior, o presidente da República, ao invés de demiti-lo e reprimir essa ação, foi condescendente com essa ação ? disse Ivan Valente.

O deputado disse que Temer incorreu em crime de responsabilidade por vários motivos, sendo um deles ao atentar contra o patrimônio cultural e ao ferir o princípio da impessoalidade e da moralidade. Segundo Valente, o interesse privado do ex-ministro da articulação política do governo se transformou em um “problema da cúpula do governo”.

? O interesse privado do ministro Geddel Vieira Lima, um apartamento de luxo em Salvador, vira o problema de toda a cúpula de governo. Ou seja, pediu a um ministro que desse uma saída política para o caso de um apartamento que não poderia ter mais de 13 andares ? afirmou o líder do PSOL.

Para Valente, Temer advogou em favor de Geddel e pressionou Calero para que resolvesse o parecer do Iphan de forma a beneficiar o ex-ministro da Secretaria de Governo.

? O presidente da República assumiu o risco de advogar na causa de seu ministro, e para isso pressionou e de certa forma ameaçou o ex-ministro Marcelo Calero, que se recusou a rever o parecer do Iphan.