Cotidiano

Província do Canadá propõe 'moratória' de dois anos na produção de água em garrafas de plástico

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RIO – A província canadense de Ontário propôs, nesta segunda-feira, uma moratória de dois anos na concessão de permissões para a extração de água subterrânea ou de superfície para o envase em garrafas de plástico, tanto para novos empreendimentos quanto em contratos renovados. O governo defende a medida, em consulta pública até dezembro, como uma prevenção face às mudanças climáticas, ao crescimento da população e do consumo de água e ao desperdício de plástico.

Além da interrupção na produção, a província vai rever regras de concessão, reduzindo, por exemplo, de 10 para 5 anos a renovação de contratos, além de exigir maior transparência dos empreendimentos e readequações no modelo de produção. A moratória deve se estender do final de 2016 ou início de 2017 até janeiro de 2019.

No último verão no país, Ontário passou por uma seca, o que incentivou o governo a rever a extração de água de seu solo. Representantes da província argumentam que a relação entre as mudanças climáticas e a água subterrânea é complexa e há pouca pesquisa sobre esta possível vulnerabilidade.

“Com as mudanças climáticas e especificamente com os impactos da seca e do aumento populacional, queremos trabalhar com o povo de Ontário para termos a convicção de que estamos protegendo adequadamente este recurso vital”, afirmou o secretário de meio ambiente da província, Glen Murray, em documento publicado na internet.

Ainda segundo texto no portal de Ontário, 34% das garrafas plásticas não são recicladas, e o material leva mil anos para se decompor.

A proposta do governo inclui ainda uma reavaliação das taxas pagas pelas empresas que extraem água para envase, o que fez organizações como a Environmental Defence comemorarem.

? Estamos ansiosos com a discussão sobre as baixas taxas cobradas dos engarrafadores de água. Os 3,71 dólares canadenses por um milhão de litros atualmente pagos por estas companhias é risível ? afirmou ao “The Guardian” Keith Brooks, membro da organização.

Somente uma pequena porção da água extraída na província é destinada ao envase mas, segundo o governo, este tipo de produção faz um uso muito intensivo do recurso natural.