Cotidiano

Protagonismo negro e teatro documental são temas em destaque da 4ª Mostra Internacional de Teatro de São Paulo

A Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp) anunciou na noite desta segunda-feira a programação completa de espetáculos e de atividades artístico-pedagógicas que irão compor a sua 4ª edição, a ser realizada entre os dias 14 e 21 de março na capital de São Paulo. Com direção artística de Antônio Araújo e direção de produção de Guilherme Marques ? a dupla de idealizadores da mostra ?, a MITsp 2017 apresentará um conjunto de dez espetáculos, além de seminários, debates, workshops e residências artísticas. Para o programa de encenações, a MITsp estabeleceu três eixos curadorias: o protagonismo negro, o teatro documentário e linguagens híbridas. Para compor cada um desses recortes, o festival trará obras e artistas vindos de países como Alemanha, Chile, Líbano, Bélgica, África do Sul e também do Brasil ? as vendas online se iniciam no próximo dia 16.

A abertura da edição 2017 ficará por conta do espetáculo belga ?Avante, Marche!?, que se apresentará no Theatro Municipal de São Paulo no dia 14. Criação dirigida por Alain Platel e Frank Van Laecke, juntamente com o compositor Steven Prengels, integrantes da Cia. les ballets C de la B, a montagem aposta na fusão entre concerto, dança, teatro e performance. No palco, quatro atores e sete músicos serão acompanhados por 18 instrumentistas brasileiros, sob direção do maestro Carlos Moreno. O trabalho põe em cena personagens singulares que buscam se manter unidos num único andamento, e acompanha a história de um trombonista que, por conta de uma doença, precisa se despedir de seu instrumento musical e se recolher para as fileiras de trás da banda.

No recorte destinado a refletir sobre o lugar do artista negro na cena e no mundo contemporâneo, a MITsp apresenta três espetáculos que buscam, a partir de diferentes abordagens estéticas e temáticas, rever processos sociais históricos de exclusão e de racismo e seus reflexos na construção da ?persona negra? no âmbito das linguagens artísticas. Entre eles estão a performance ?Black Off?(Black Off), de Ntando Cele, da África do Sul, além dos espetáculos brasileiros ?A missão em fragmentos: 12 cenas de descolonização em legítima defesa?, direção de Eugenio Lima, e ?Branco ? O cheiro do lírio e do formol?, com dramaturgia de Alexandre Dal Farra. Ainda complementa a programação o seminário ?Discursos sobre o não dito: racismo e a descolonização do pensamento?, com curadoria de Eugênio Lima e Majoí Gongora.

Representante do recorte documental, o libanês Rabih Mroué é a grande aposta da edição 2017, e será apresentado ao público brasileiro a partir de uma pequena mostra de repertório, onde serão encenadas três criações de sua autoria: ?Tão Pouco Tempo? (So Little Time), ?Revolução em Pixels? (Pixelated Revolution) e ?Cavalgando Nuvens? (Riding on a Cloud). Ainda nessa linha curatorial a MITsp apresenta a produção chilena ?Mateluna? (Mateluna), escrita e dirigida por Guillermo Calderón, que retorna ao festival três anos depois de apresnetar, em 2013, a peça “Escola”.

Confira abaixo a lista completa de espetáculos:

?Avante, Marche!? (En Avant, Marche!), da Bélgica, com direção de Alain Platel, Frank Van Laecke e Steven Prengels;

?Tão pouco tempo? (So Little Time), ?Revolução em pixels? (Pixelated Revolution) e ?Cavalgando nuvens? (Riding on a Cloud), do Líbano, com texto e direção de Rabih Mroué;

?Black Off?(Black Off), da África do Sul, com direção e performance de Ntando Cele;

?Por que o Sr. R. Enlouqueceu?? (Warum läuft Herr R. Amok?), da Alemanha, com direção de Susanne Kennedy;

“Mateluna”, do Chile, com texto e direção de Guillermo Calderón;

?Para que o Céu não Caia?, do Brasil, com direção e coreografia de Lia Rodrigues;

?A Missão em fragmentos: 12 Cenas de Descolonização em Legítima Defesa?, do Brasil, com dramaturgia de Claudia Schapira e direção de Eugênio Lima;

?Branco ? o cheiro do lírio e do formol?, do Brasil, com dramaturgia e direção de Alexandre Dal Farra;