Educação

Proposta para reabrir escolas prevê aulas presenciais de 15 em 15 dias

As medidas dependem da aprovação da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) e o retorno às aulas não tem data para ocorrer

Proposta para reabrir escolas prevê aulas presenciais de 15 em 15 dias

Curitiba – A diretora de Planejamento da Seed (Secretaria de Estado da Educação), Adriana Kampa, apresentou ontem (23), em reunião remota da Frente Parlamentar do Coronavírus da Assembleia Legislativa do Paraná, algumas medidas da base de protocolo estadual para a reabertura das escolas que deve servir para os colégios públicos e particulares.

As medidas dependem da aprovação da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) e o retorno às aulas não tem data para ocorrer.

Dentre as medidas citadas por Adriana estão o ensino híbrido, com 50% de aulas remotas e 50% com aulas presenciais, com a opção de on-line para quem preferir, divididas de forma que os alunos teriam 15 dias de aulas presenciais, depois outros 15 dias de aulas remotas. A medida visa tentar alcançar outra meta, que é o limite de ocupação de 30% da capacidade da sala de aula. O protocolo ainda prevê aferição da temperatura pelo menos duas vezes por período, uso obrigatório de máscaras, que devem ser trocadas a cada duas horas, e distanciamento de dois metros entre as carteiras.

“Não tem como definir quando será a retomada, isso será a Secretaria de Saúde que irá nos indicar, mas já temos que ter a indicação de como será. É uma grande logística que temos que adequar, além da preocupação com a questão pedagógica”, explicou.

Para garantir as medidas de higiene na rede estadual, está prevista a compra de 200 mil litros de álcool 70%, 200 mil litros de álcool gel, 5,1 milhões de máscaras de tecido e 10 mil termômetros.

A diretora também esclareceu para os deputados que será necessária a contratação de professores temporários para substituir os 5.126 professores com mais de 60 anos que seriam afastados por estarem no grupo de risco.

Adriana ressaltou que a equipe está trabalhando há cerca de um mês no protocolo de retorno, ouvindo todo o segmento, pautando para que a sociedade faça suas contribuições.

Participaram do debate dessa quinta o deputado Professor Lemos (PT), que está à frente da comissão temática que trata da educação, deputado Michele Caputo (PSDB), a vice-coordenadora da comissão, deputada Maria Victoria (PP), representantes da Seed (Secretaria de Estado da Educação), da APP-Sindicato, do Sinepe (Sindicato de Estabelecimentos Particulares de Educação do Paraná) e da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), além de deputados.

 

Regras em lei

O deputado Requião Filho (MDB) apresentou na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei 368/2020, que prevê regras sanitárias, retorno gradativo, testagem, entre outras formas de promover a segurança dos alunos e dos profissionais, para que o protocolo esteja previsto em lei e não fique à mercê de decretos municipais,

Pesquisa revela riscos de retorno precipitado

Pesquisa recente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) avalia o risco de um retorno às aulas sem planejamento. Foram compilados dados do IBGE e do Ministério da Saúde. A conclusão foi que o Paraná conta com uma população adulta onde 20,8% tem pelo menos uma doença; 17,2% das famílias possuem pessoas acima de 60 anos que têm uma criança ou adolescente em idade escolar. Significa que 38% da população está nessa condição. Com base nesses dados, a Fiocruz chegou à conclusão de que mais de 9 milhões de pessoas poderiam estar em risco com a volta precipitada das aulas.

Esther Cristina Pereira, presidente do Sinepe, disse que o sindicato representa 500 escolas privadas e atende 480 mil alunos. Ela avaliou que conversas com as prefeituras mostraram que cada município terá seu próprio protocolo, mas demonstrou preocupação com o fechamento de escolas particulares pequenas. O Sinepe agora atua para que esses estabelecimentos consigam acesso a empréstimos.

Esther encaminhou aos deputados da Frente uma cartilha que elaborou e que traz orientações sobre o retorno. “Nos baseamos em protocolos adotados em outros países e também estamos em contato com a Prefeitura de Manaus, onde as escolas particulares voltaram há três semanas. Um exemplo a ser seguido”.