BERLIM e SÃO FRANCISCO – Promotores da cidade alemã de Brunsvique ampliaram a investigação sobre a fraude das emissões de poluentes de carros a diesel da Volks, que agora inclui 21 funcionários e ex-funcionários da empresa. Em março, eles eram 17.
Como parte da investigação, escritórios e as casas dos envolvidos no estado da Baixa Saxônia foram inspecionadas, disse o promotor Klaus Ziehe nesta terça-feira
Em junho, os promotores haviam lançado uma investigação contra o ex-diretor executivo da Volks, Martin Winterkorn, e contra o chefe da marca Volkswagen, Herbert Diess, para verificar o papel deles em uma possível manipulação de mercado relacionada ao escândalo de emissões da empresa.
A Volks vem tentando resolver mais de mil processos de consumidores sobre seu software fraudador, mas pode demorar anos antes que os 482 mil veículos que poluem mais que o permitido pelas dos Estados Unidos sejam retirados de circulação ou consertados.
Mas os proprietários não são obrigados a aprovar a recompra do veículo baseada no valor do antes de o escândalo vir à tona, acrescida de uma compensação adicional que varia de US$ 5.100 a US$ 9.852, conforme os termos de um acordo proposto pela empresa à Justiça americana.
Desta forma, se a Volks não conseguir obter o aval da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos antes de 30 de junho de 2019, nada impede que os donos desses carros usem os automóveis ? que poluem até 40 vezes mais que o permitido ?, desde que estes não descumpram regras definidas por estados individualmente.
ACORDO DE US$ 15 BI AVANÇA
Essa proposta de acordo da montadora com proprietários de carros a diesel nos EUA avançou uma importante etapa, com a aprovação de um juiz, abrindo as portas para opositores se manifestarem e as etapas finais do processo se desenrolarem neste ano.
A proposta, que envolve recompras e consertos, resolve a questão com proprietários de veículos, o governo federal e 44 estados, e vai custar US$ 15 bilhões à companhia, se for completamente implementada.
As tratativas podem resolver a avalanche de ações judiciais que pipocaram nos EUA com o escândalo da fraude de medição de emissões de gases poluentes. Mas abrangem só os veículos equipados com motores de 2 litros, e deixam a montadora ainda em litígio com proprietários de carros de 3 litros.
Também continuam andando os processos abertos pelos promotores de Nova York, Massachusetts e Maryland, que podem resultar em rubricas bilionárias.
Um advogado do Departamento de Justiça afirmou nesta terça-feira que a expectativa é que a Volks submeta em agosto uma nova proposta, contemplando os carros com motores de 3 litros.
O acordo vai consumir quase todos os ? 16,2 bilhões (cerca de US$ 17,8 bilhões) reservados pela empresa para cobrir os gastos com o escândalo em todo o mundo.
As ações da Volkswagen já se desvalorizaram em 23% desde que o escândalo das fraudes de emissão de poluentes emergiu em 18 de setembro.
