Cotidiano

Professores protestam no NRE e vão decidir greve no dia 11

Segundo ele, outro problema é uma mudança na hora-atividade, que conforme a lei é de 33%

Cascavel – Professores filiados à APP-Sindicato realizaram ontem, em todo o Estado, um movimento sincronizado de “trancar” os NREs (Núcleos Regionais de Educação). O motivo, de acordo com o diretor de comunicação da APP-Sindicato em Cascavel, Daniel Nascimento Matoso, são as novas propostas do Governo do Paraná que afetam diretamente a educação.

“Recentemente foi lançada a Resolução 113, penalizando os profissionais que ficaram doentes, que precisaram se ausentar das salas de aula por motivo de saúde e agora devem ficar no fim da fila para a distribuição das aulas e, inclusive, por conta disso, talvez não consigam pegar aulas extraordinárias”, disse Matoso.

Segundo ele, outro problema é uma mudança na hora-atividade, que conforme a lei é de 33%. “Eles estão passando por cima desse cálculo e tirando duas horas-atividades dos professores. Com isso, os profissionais do PSS [Processo Seletivo Simplificado], que são cerca de sete mil profissionais, ficarão desempregados porque os educadores terão mais tempo dentro da sala de aula”.

O prejuízo, conforme Daniel, não é só para o profissional, mas principalmente para os estudantes. “E não sou eu quem diz isso, são os especialistas em educação. Quanto mais tempo o professor ficar em sala de aula, menos tempo ele terá para preparar o conteúdo e menos preparado ficará”.

Ele cita, inclusive, que as horas-aulas que, com a nova proposta, serão utilizadas pelos professores, se dividido o tempo pela quantidade de alunos, o educador terá menos de um minuto para corrigir uma prova.

Questionado sobre a possibilidade de uma nova greve, que já assusta muitos pais antes mesmo do ano letivo começar, Daniel disse que isso será decidido no próximo dia 11 de fevereiro, em uma assembleia em Maringá. “Os pais estão ouvindo o que é dito pelo governo, que joga uma propaganda enganosa. A opinião pública está contra nós e os pais não compreendem que se o professor estiver somente em sala de aula, sem preparar o conteúdo, o prejuízo é ainda maior porque os alunos não conseguirão aprender tudo o que é necessário”.

Segundo Daniel, a greve não está descartada. “Estamos convocando todos os professores. A decisão da greve não é de uma só pessoa, mas de todos. Quem quiser greve vai votar pela paralisação, quem não quiser, votará contra. A maioria decide”.