Política

Professores contestam “caixa” apresentado por Richa no oeste

Cascavel – Um Paraná com o caixa cheio e no melhor momento de sua economia. Esse tem sido o discurso adotado pelo governador Beto Rita (PSDB), e seus aliados do primeiro escalão.

Tanto, que esse tem sido um argumento para que Beto cumpra na íntegra seu segundo mandato, para capitalizar esses recursos em torno do seu currículo político. Mas do discurso à prática há quem conteste esse tempo de “vacas gordas”. Dentre eles estão os servidores, que esperam pela reposição salarial há dois anos. Depois de ocupar a Assembleia Legislativa na primeira sessão do ano, semana passada, o risco de paralisação da Educação ainda assombra o Palácio Iguaçu.

Em visita ao Show Rural, essa semana, o governador afirmou que o Tesouro só está em situação favorável e de investimento por causa da maneira austera com que conduz o Estado. O adiantamento de receita que o mandatário fez aos municípios recentemente não foi detalhado pelo governador, que também evitou comentar as consequências dessa decisão política.

Contradições

Segundo nota divulgada pela APP/Sindicato, a exuberância financeira do Paraná não se aplica quando o assunto é cumprir a Lei Federal 11.738/2008, que estabelece o Piso Salarial Nacional do Magistério e também regula em um terço a hora-atividade desses profissionais. O governo do Paraná não cumpre essa lei desde 2016, quando deixou de reajustar o salário do magistério paranaense de acordo com o que o MEC (Ministério da Educação) determina. Essa defasagem, hoje, chega a 15,98%, afirmam líderes sindicais.

O piso nacional definido pelo MEC para 2017 é de R$ 2.298,80 para uma jornada de 40 horas e com exigência de nível médio. No Paraná, o valor está abaixo, basta constatar na tabela salarial disponível no próprio site da Secretaria de Estado da Educação. Para o nível médio, o valor do salário no Paraná, previsto na tabela, é de apenas R$ 991,04, para uma carga horária de 20 horas. Ou seja, se dobrarmos esse valor, o “piso paranaense” é de R$ 1.982,08.

O presidente da APP, Hermes Leão, lamenta a distorção de números especialmente sobre os salários feita, segundo ele, apenas para atacar a categoria e tentar colocar a sociedade contra os educadores e o próprio sindicato. “Vemos esse sucesso todo em segmentos que podem render vantagens políticas, como os cargos de confiança, por exemplo. Quem declara que o Estado está pagando suas contas retirando direitos dos servidores de forma indireta está declarando a incompetência na geração e gestão de renda”, argumenta.