Economia

Produtores e mercados: Ministério quer explicação sobre alta da cesta básica

A Abras (Associação Brasileira de Supermercados), que publicou uma carta de alerta sobre os aumentos na última semana, também foi notificada apresentar dados

Produtores e mercados: Ministério quer explicação sobre alta da cesta básica

Rio de Janeiro – A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), órgão do Ministério da Justiça, quer uma explicação para o elevado aumento de preços dos alimentos que compõem a cesta básica do brasileiro, entre eles, arroz, feijão, leite e óleo de soja. Para tanto, a secretaria notificou ontem dez cooperativas produtores de alimentos e 21 redes supermercadistas a prestarem esclarecimentos.

A Abras (Associação Brasileira de Supermercados), que publicou uma carta de alerta sobre os aumentos na última semana, também foi notificada apresentar dados.

Segundo Juliana Domingues, titular da Senacon, as notificações têm como objetivo identificar, com clareza, quais são as causas do aumento para permitir uma atuação eficaz do órgão. Ela destaca que não se pode falar em aumento abusivo sem verificar toda cadeia de produção e as oscilações decorrentes da pandemia.

No entanto, caso o mapeamento forneça indícios de aumentos de preços abusivos, a Senacon poderá sancionar administrativamente as empresas e as multas podem ultrapassar R$ 10 milhões. “O tema também será debatido em um grupo técnico que deverá ser criado no âmbito do Conselho Nacional de Defesa do Consumidor. Será um comitê estratégico, no qual teremos representantes do Mapa, do Cade e do Ministério da Economia, além dos Procons. Esse é um tema que merece atenção de todos nós, pois envolve todos os consumidores brasileiros”, destaca Juliana.

Abras: Troque arroz por macarrão

O presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), João Sanzovo Neto, afirmou nessa quarta-feira (9) que deve ocorrer uma campanha para o brasileiro substituir o arroz pelo macarrão. Segundo ele, não há prazo para que o preço do produto seja reduzido para os consumidores.

“Vamos estar promovendo o consumo de massa, macarrão, que é o substituto do arroz. E vamos orientar o consumidor que não estoque [arroz]”, disse, depois de se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, para falar sobre a questão do aumento dos preços dos produtos da cesta básica nas gôndolas.

O preço dos alimentos foi destaque para a alta de 0,24% inflação oficial do País em agosto, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nessa quarta. Dois alimentos chamaram a atenção: o arroz, com valorização de 19,2% no ano, e o óleo de soja, que subiu 18,6% no período.

Em 2014, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, quando a carne era a vilã da inflação, o então secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, sugeriu substituí-la por outros alimentos mais baratos, como ovos e aves.