Cotidiano

Procuradores criticam impunidade e pedem aprovação de medidas contra corrupção

BRASÍLIA – O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato em Curitiba, afirmou nesta terça-feira em audiência à Comissão Especial da Câmara que cada 100 casos de corrupção no país apenas três resultam em processo e punição. Nos demais casos, os corruptos permanecem impunes. Para o procurador este é um dos motivos pelos quais o Congresso Nacional deve aprovar o pacote das dez medidas contra a corrupção apresentados pelo Ministério Público Federal.

? Vivemos um paraíso da impunidade e da corrupção ? disse Dallagnol.

O procurador Diogo Castor também participa da audiência. A partir das discussões, deputados da Comissão Especial esperam aprovar os projetos do Ministério Público até o início de dezembro. O pacote teve apoio de mais de 2,2 milhões de pessoas no país. Ainda no início da audiência, Dallagnol e Castor defenderam nos sistema político e judicial do país.

? Nós temos a certeza que na hora certa os senhores se debruçarão sobre a reforma política ? disse Dallagnol.

Castos centrou as críticas no sistema de recursos à decisões judiciais. O número de recursos existentes permite a réus recorrerem indefinidamente contra determinadas decisões e, com isso, atrasar a tramitação de processos até a prescrição das penas. Como exemplos do uso excessivo de recursos citou casos Pimenta Neves e Luiz Estevão, processos que levaram mais de dez anos para serem concluídos.

? O sistema recursal é irracional ? disse Castor.

LAVA-JATO

Depois de deixar a audiência para retornar à Curitiba, Diogo Castor disse que as investigações da Lava-Jato, que estão colocando em xeque o sistema político do país, estão longe de um fim.

? A Lava-Jato chegou a um quinto do que ainda poderá avançar ? disse o procurador.