Cotidiano

Procurador diz que Jorge e Bruno Luz atuavam na Petrobras desde os anos 80

Curitiba – O procurador Diogo Castor de Mattos, da força-tarefa da Lava-Jato no MPF, afirmou que Jorge e Bruno Luz, ambos operadores alvos da 38ª fase da Lava-Jato eram conhecidos dos investigadores, mas só agora se chegou a um conjunto de provas robusto que culminou nas ordens de prisão. Jorge e Bruno Luz, pai e filho, segundo Mattos, atuam na Petrobras desde os anos 1980.

– Constam informações que eles atuam como lobista de interesses escusos dentro da Petrobras há algum tempo, desde a década de 1980. Contudo, o foco das investigações são fatos mais recentes, dos últimos dez anos ? observa.

Além da identificação de contas nas Bahamas e na Suíça e citações em depoimentos de delatores, a mudança para os Estados Unidos também levou os investigadores a pedir a prisão dos operadores.

– A investigação tem um tempo, tem uma maturação, e teve essa questão nova de evasão do país [pelos investigados], sem o retorno identificado. Todos esses fatos associados recomendaram a decretação da prisão preventiva.

A atuação dos operadores ocorria principalmente na diretoria Internacional da Petrobras, controlada pelo PMDB, mas há investigação de repasses da diretoria de Abastecimento e de Serviços da estatal.

Segundo o delegado da PF, Maurício Moscardi Grillo, são cinco as frentes principais de investigação da atuação dos operadores: as delações dos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, e envolvimentos com propinas da Sete Brasil, e de dois navios-sonda da estatal.

Questionado sobre a possibilidade de a operação desta quinta-feira ter relação com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de retirar de Curitiba a investigação que envolve o ex-presidente José Sarney em tentativas para barrar a Lava-Jato, Mattos negou.

– O ex-presidente José Sarney não foi mencionado diretamente como envolvido com os operadores, embora seja do PMDB. Isso não tem a ver com a decisão de manter a investigação no STF, inclusive o pedido de medidas cautelares é muito anterior a decisão do Supremo – declarou.