Cotidiano

Procurador da Lava-Jato defende projeto anticorrupção exclusivo para reforma política

carlos fernando.jpgSÃO PAULO – O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da força-tarefa da Lava-Jato defendeu, nesta quinta-feira uma reforma política no país para mudanças na forma de financiamento de campanhas eleitorais. Para ele, as 10 medidas contra a corrupção propostas pelo Ministério Público Federal com apoio da sociedade civil e que foram desfiguradas na Câmara já não são mais suficientes.

? Temos um sistema político corrompido que se financia através de corrupção. Então, não é só mudando o processo penal. Precisamos mudar a forma como se financia a política. Tem que ser 10 medidas plus, irmos além, trabalhar com reforma política ? defendeu ele, que participou nesta manhã de um evento em São Paulo.

Questionado sobre as críticas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, de que as prisões na Lava-Jato são alongadas, Carlos Fernando disse que elas têm sido mantidas nas instâncias superiores. Nesta quinta-feira, o STF deve julgar o pedido de liberdade do ex-deputado Eduardo Cunha, preso em Curitiba.

Como já havia dito em entrevista ao GLOBO publicada na edição desta quinta-feira, o procurador entende que o fim do sigilo das delações da Odebrecht é a melhor opção e acredita que haja uma cisão do caso em vários estados, tornando a Lava-Jato “nacionalizada”.

Carlos Fernando disse ainda que os acordos de delação deverão se tornar cada vez mais raros. Questionado sobre uma possível colaboração de Cunha, ele afirmou, de forma geral, que quem quiser colaborar a partir de agora vai ter que oferecer “algo extraordinário”.