Saúde

Procura dos municípios por leitos aumentou 40% nas últimas semanas

Uma das estratégias já elaboradas pela 10ª Regional para tentar suprir a demanda é a solicitação de leitos para pacientes não graves em outros municípios

Procura dos municípios por leitos aumentou 40% nas últimas semanas

Cascavel – Segundo o chefe da 10ª Regional de Saúde de Cascavel, João Gabriel Avanci, a situação dos hospitais da macrorregião já vem sendo tratada com muita atenção nos últimos meses. “Vínhamos acompanhando e monitorando com muita apreensão a situação em Santa Catarina, São Paulo e outros estados do Brasil. Imaginávamos que o Paraná também passaria por momentos complicados, especialmente porque houve um incremento de 40% por parte dos municípios com relação à solicitação de leitos e, em muitas cidades, já são insuficientes, como nas cidades de Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão e em Cascavel, onde estamos praticamente no limite”, explica.

Uma das estratégias já elaboradas pela 10ª Regional para tentar suprir a demanda é a solicitação de leitos para pacientes não graves em outros municípios. “Estamos buscando apoio em cidades fora da nossa macrorregional, procurando hospitais de pequeno porte para que recebam nossos pacientes. Hoje [sexta-feira] conseguimos 12 leitos de enfermarias na cidade de Jesuítas. No início da próxima semana, teremos algumas vagas disponíveis em Céu Azul e estamos conversando com o Município de Corbélia”, explica João Gabriel.

A alta taxa de ocupação desencadeia outras preocupações relacionadas a insumos e equipamentos. “O alto índice de ocupação nos deixa em alerta com relação aos insumos, a medicamentos que podem ficar escassos. Ainda não registramos falta nem recebemos relatos ou pedidos de municípios com relação a isso, mas é necessário que o cenário melhore nos próximos dias para que uma alta demanda não aconteça”, alerta. “De dezembro para cá, tivemos uma diminuição de internamentos e que agora voltou a subir consideravelmente e isso automaticamente reflete nos gastos e na quantidade de insumos, medicamentos e equipamentos. Não existe falta neste momento, mas tudo depende de quanto tempo esses internamentos vão ser registrados em grande número. Por mais 10 ou 15 dias ok, mas, se passar disso, precisamos começar a pensar em suprir as necessidades que vão aparecer. E isso não está descartado”, comentou.

O chefe da 10ª Regional reforça que este é o pior momento desde o início da pandemia. “Temos hoje um volume de solicitações de leitos muito maior do que nos outros meses. Antes, quando se falava de 100% da ocupação, nos referíamos a dez leitos; hoje, 100% de ocupação é relativo a 200 leitos por exemplo, ou seja, o número de doentes está muito maior e lidar com isso exige muita atenção”, explicou.

Outra preocupação agora é com os reflexos do Carnaval. “Não dá para prever exatamente como será daqui para frente, e existe a possibilidade de piora no quadro. Depois das férias de janeiro, temos o período que era para ser Carnaval que, apesar de ser suspenso, muita gente não deixou de se aglomerar e se descuidar. Pela dinâmica da doença e pelos números que estamos nos deparando, podemos ter um aumento ainda maior de internamentos”, projeta o chefe da 10ª Regional.

Novo recorde de casos ativos

Com mais 3.607 casos confirmados e 68 mortes em decorrência do novo coronavírus, o Paraná soma 603.796 infectados e 10.975 óbitos desde o início da pandemia. Das novas confirmações, 3.409 são de fevereiro e o restante de meses passados.

O Estado registra novo recorde de casos ativos: 145.260 pessoas estão com o vírus ativo e com capacidade de transmissão.

Até essa sexta, o Paraná havia aplicado 331.260 doses da vacina, sendo 277.707 da primeira dose e 53.553 da segunda.

O Estado recebeu 538.900 doses da vacina contra a covid-19, suficientes para cerca de 6% do grupo prioritário. O Paraná espera receber 2.421.355 doses entre a semana que vem e o fim de março, conforme cronograma de distribuição por unidades da Federação divulgado quinta-feira (18) pelo Ministério da Saúde. Dessas, cerca de 400 mil chegariam a partir de terça-feira.

Nessa sexta, o ministro Eduardo Pazuello disse a prefeitos que a partir dessas remessas não haverá necessidade de reservar parte dos lotes para a segunda dose.