Cotidiano

Primeiro-ministro do Japão não pedirá perdão em Pearl Harbor

TÓQUIO – O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, homenageará os mortos em Peral Harbor, mas não pedirá perdão durante sua viagem, a primeira que um líder japonês fará à base americana, anunciou nesta terça-feira o porta-voz do governo.

A viagem, que acontece após a visita histórica do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a Hiroshima, em maio. Obama se tornou o primeiro dirigente americano em exercício a visitar a cidade onde caiu a primeira bomba nuclear.

? O propósito desa visita é homenagear os mortos da guerra, mas não pedir perdão ? disse o porta-voz do governo, Yoshihide Suga, em entrevista coletiva. ? A visita servirá para mostrar às futuras gerações nossa resolução de não repetir os horrores e o sofrimento da guerra, além de uma oportunidade para mostrar a reconciliação entre os japoneses e os Estados Unidos ? acrescentou.

Abe prestará homenagem aos mortos no bombardeio à base do Havaí, que desencadeou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial em 1941.

Este ano se completam 75 anos desde que os aviões japoneses atacaram a base americana, matando mais de 2.400 soldados e civis.

Em duas horas, o ataque surpresa afundou ou danificou quase 20 navios da frota do Pacífico e destruiu 164 aviões.

O conflito terminou em agosto de 1945, depois que os Estados Unidos lançaram duas bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki, que obrigaram o Japão a capitular.

Abe viajará ao Havaí em 26 e 27 de dezembro para se reunir com Obama e visitar a base de Pearl Harbor.

Quando Obama viajou a Hiroshima em maio, ambos líderes visitaram um memorial em homenagem às vítimas.

Apesar do presidente americano ter feito um chamado para que as armas nucleares sejam abolidas, não pediu perdão pelos ataques a Hiroshima e Nagasaki.