Cotidiano

Primeira-ministra britânica se diz em 'desacordo' com política migratória de Trump

64609644_British Prime Minister Theresa May listens to a reporter%27s question during a joint news con.jpgRIO – A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou estar “em desacordo” com as restrições migratórias impostas pelo presidente americano, Donald Trump, e disse que vai intervir se estas afetarem cidadãos britânicos, informou neste domingo, em Londres, um porta-voz do governo. Links Trump

“A política migratória dos Estados Unidos é um assunto do governo dos Estados Unidos, do mesmo modo que a nossa é determinada pelo nosso governo. Mas estamos em desacordo com esta forma de encará-la”, declarou o porta-voz.

“Se houver algum impacto para os cidadãos do Reino Unido, vamos intervir diante do governo norte-americano”, acrescentou.

Trump, que na sexta-feira recebeu May na Casa Branca, assinou pouco depois um decreto que suspende a chegada de refugiados aos Estados Unidos e impede a entrada de cidadãos do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Síria e Iêmen.

No sábado, May gerou controvérsia em seu país ao recusar condenar a medida quando questionada em uma coletiva de imprensa durante visita à Turquia.

Um parlamentar britânico do partido conservador ao qual pertence May revelou neste sábado que, diante das regras impostas por Trump, ele não pode entrar nos Estados Unidos. O deputado de origem iraquiana Nadhim Zahawi, detentor de passaporte britânico, tuítou que ele e a mulher estão submetidos ao decreto, uma vez que nasceram no Iraque.

“É muito triste se sentir um cidadão de segunda classe. Um dia triste para os Estados Unidos”, lamentou Zahawi.

O envolvimento de cidadãos britânicos na situação problemática acentuou a pressão de membros do partido de May, que pediram uma condenação à iniciativa de Trump, ofuscando a lua de mel iniciada no encontro entre os líderes em Washington.

A deputada conservadora Sarah Wollaston qualificou Donald Trump como um “tipo asqueroso repugnante” e pediu que não seja permitida a entrada do americano no Parlamento britânico em uma visita antes do fim do ano.

Já a parlamentar trabalhista Yvette Cooper considerou que a negativa de May a condenar as medidas de Trump contra os muçulmanos “cubriu de vergonha a Grã-Bretanha”.