Cotidiano

Previsão de chuva causa preocupação com lavouras em fase de pré-colheita no oeste

A previsão de chuva nos próximos cinco dias acende a preocupação no campo, especialmente com as lavouras de soja

Previsão de chuva causa preocupação com lavouras em fase de pré-colheita no oeste

Cascavel – A previsão de chuva nos próximos cinco dias acende a preocupação no campo, especialmente com as lavouras de soja. De acordo com a economista Jovir Esser, do Deral (Departamento de Economia Rural) da regional de Cascavel, a principal preocupação é com as lavouras em fase de maturação, uma vez que a aplicação de defensivos agrícolas, que estava atrasada devido às chuvas de janeiro, já foi realizada. “Nas lavouras ainda fora da maturação, nesses últimos dias de sol, foi possível fazer a aplicação de fungicida, inseticida e tudo mais. O problema recai nessas lavouras em maturação, muitas áreas sendo dessecadas e com dias consecutivos de chuva pela frente pode eventualmente ter problema de qualidade de grão. Eventualmente podemos registrar grão ardido – que recebeu muita chuva e está em processo de fermentação, mantém o mesmo teor de proteína que um grão normal -, isso tudo vai depender do número de dias consecutivos de chuva”, explica.

Jovir ressalta que a sequência de dias chuvosos pode atrasar mais a fase final da lavoura, inclusive maturação. Isso relacionado às lavouras de soja, uma vez que as de milho são mais tardias e ainda não devem apresentar problemas.

Já na regional de Toledo, segundo o técnico Paulo Oliva, com base na condição da maior parte das lavouras e a possibilidade de aberturas de sol, é provável que não haja prejuízos com as plantas em fase de maturação. Nesse caso, a chuva pode apenas atrasar a colheita.

 

Panorama

Os percentuais de áreas de soja que já estão em fase de maturação no oeste é considerável. De acordo com o último boletim divulgado pela Seab (Secretaria de Agricultura e Abastecimento) na regional de Cascavel, dos 516 mil hectares plantados, 75% estão em fase de frutificação e 25% em fase de maturação. A qualidade das áreas se divide em 80% de boa qualidade, 10% de média qualidade e 10% com qualidade ruim.

Já na regional de Toledo, dos 487.420 hectares cultivados do grão, 5% estão em fase de floração, 85% em fase de frutificação e 10% em fase de maturação. A qualidade das áreas está dividida em: 70% boa, 20% média e 10% ruim.

Já as lavouras de milho, dos 17 mil hectares cultivados na regional de Cascavel, 3% se encontram em fase de floração, 60% em frutificação e 37% em fase de maturação. A maior parte, 80% é considerada de boa qualidade, 15% média e 5% ruim.

Na regional de Toledo foram cultivados 2.895 hectares de milho, desse total, 10% estão em fase de maturação e 90% em frutificação. A qualidade das lavouras de divide em: 70% bom, 25% médio e 5% ruim.

 

Chuvas de verão x frente fria

De acordo com o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), os registros de chuva previstos para os próximos dias (de 11 a 16) serão causados tanto pela chegada de uma frente fria como pelo aumento do calor e umidade, característicos do verão. “Uma frente fria deve chegar ao Estado entre domingo (14) e segunda-feira (15), mas, antes disso, já começando hoje, teremos um aumento de umidade e calor, o que pode causar as chamadas chuvas de verão. Não é um dia todo de chuva, mas pancadas. Já com a chegada da frente fria, na segunda e na terça-feira (16) devemos ter chuvas mais frequentes e abrangentes, podendo durar o dia todo, com céu encoberto e até com volumes mais significativos”, explica o meteorologista Reinaldo Kneib.

Após esse período, devem ser registrados dias de sol forte e temperaturas entre 28º e 30ºC.

O meteorologista prevê ainda que nos próximos meses de verão e outono podem ser sentidos os impactos do fenômeno La Niña no Estado, com redução de registros de chuvas. “A tendência é de que pelo menos até abril nós tenhamos menos registro de chuva. Não será uma estiagem severa como a que vivenciamos nos últimos dois anos, mas períodos curtos sem chuva que serão intercalados com o registro de volumes até significativos. Para fevereiro e março, por exemplo, acreditamos que podemos registrar a média histórica de chuva ou um pouco menos”, prevê Kneib.