Policial

Presos utilizavam posição no MST para a prática de delitos

Os dois primeiros já haviam prestado depoimento à delegada Anna Karyne Palodetto na segunda-feira

Cascavel – A Polícia Civil de Cascavel ouviu ontem os outros seis integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) presos durante a Operação Castra, deflagrada na última sexta-feira, no Sudoeste do Estado. Os dois primeiros já haviam prestado depoimento à delegada Anna Karyne Palodetto na segunda-feira.

Conforme as investigações, os oitos detidos são acusados de integrar uma quadrilha envolvida na prática de diversos delitos em acampamentos do MST em Quedas do Iguaçu. Eles atuariam como uma espécie de milícia, impondo suas próprias regras aos demais integrantes do movimento, cobrando “impostos” e determinando “castigos”.

“Essa organização se prevalecia, se acobertava pelo fato de o MST ser um movimento legítimo, ser um movimento social. Eles se utilizavam da estrutura do movimento para a prática de crimes de organização criminosa, milícia privada, incêndio, dano qualificado, extorsão, cárcere privado, lesão corporal e furto”, comentou a delegada.

Segundo Anna Karyne, os acusados exerciam funções importantes dentro do MST e se aproveitavam disso para a prática de atividades delituosas. Ainda de acordo com ela, as investigações apontaram que o grupo ser organizava de forma escalonada, com cada membro desempenhando uma função específica.

“O papel desenvolvido dentro do MST não é questionado, nem abordado na investigação. A investigação apura o que eles faziam de forma criminosa utilizando-se deste papel dentro do movimento. Temos um organograma em que conseguimos estabelecer a função de cada um dentro do grupo”, detalhou.

A delegada ressaltou que, apesar dos inúmeros crimes praticados pela quadrilha, cada suspeito responderá na medida de sua responsabilidade. “Esses crimes não são imputados a todos de forma irrestrita, porque cada um foi individualizado por sua conduta e por quais crimes são responsáveis”, finalizou Anna Karyne.

FORAGIDOS

Outras sete pessoas do mesmo grupo estão sendo procuradas pela polícia, dentre elas Antônio de Miranda e Rudmar Moeses, apontados como líderes do MST no Paraná. Também são considerados foragidos Ana Cláudia Ribeiro Batista, Aureo Mendes, Fábio Antônio Maximiano, Margareth Barbosa de Souza, Roberto Bueno de Oliveira.