Cotidiano

Presidente do TJ do Rio dobra multa aplicada ao Sindicato dos Professores por causa de greve

55203900_CI - Rio de Janeiro RJ 06-04-2016 Protesto de servidores estaduais no Largo do Machado.jpgRIO – O presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, aumentou a multa aplicada ao Sindicato Estadual dos Professores do Rio de Janeiro (Sepe) pelo descumprimento de liminar anterior relacionada à greve da categoria. Com a decisão, a multa passou de R$ 50 mil para R$ 100 mil, além de intimar o sindicato a manter 70% do total de professores em cada unidade de ensino. A ação foi movida pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.

A nova decisão foi tomada 30 dias após a realização da audiência de conciliação entre representantes do governo e dos professores, sem que houvesse uma composição amigável na causa. O presidente do TJRJ ainda destacou: ?Diante do exposto, e tendo em vista que a decisão liminar de fls. 17/29, proferida por esta Presidência, não vem sendo cumprida pelo Sindicato, embora não tenha sido suspensa, elevo a multa diária de R$50.000,00 para R$100.000,00 (cem mil reais), e determino a imediata intimação do Sindicato para manutenção do quantitativo mínimo equivalente a 70% do total de servidores para as atividades relacionadas ao serviço de educação, em cada unidade de ensino?. Educação – 06/06

A greve dos professores que já dura mais de três meses vai continuar pelo menos até a próxima quinta-feira. Durante assembleia, realizada na semana passada, a categoria decidiu permanecer de braços cruzados e uma nova reunião foi marcada. A decisão dos professores aconteceu após um encontro com os secretários Wagner Victer e Afonso Monerat, de Educação e Governo. Na ocasião, não houve negociação.

A principal reivindicação dos professores é o reajuste de 30% do salário. Durante a reunião, o governo informou que não há perspectiva de aumento e não apresentou proposta. A categoria também exige um calendário unificado de pagamento dos servidores. O governo mantém o pagamento até o décimo dia útil e não descarta o risco de parcelamento.

Na última quarta, alunos do movimento de ocupação e professores fizeram uma manifestação no Centro da cidade. Eles seguiram da Candelária até a Alerj. Por causa do deslocamento, a Avenida Presidente Vargas e Primeiro de Março chegaram a ficar interditadas. O trânsito ficou caótico no Centro e houve retenções nas Avenidas Presidente Antônio Carlos; Chile, Beira-Mar, além da Rua da Carioca e Lavradio. O ato pacífico reuniu também mulheres que lutam pelo fim da cultura do estupro. Os dois grupos resolveram unificar as lutas porque o fim da cultura de estupro começaria na forma como se educa as crianças e, por isso, o trabalho dos profissionais de educação seria fundamental para combater preconceitos.

Na Alerj, os professores conseguiram marcar uma reunião com o presidente da casa, deputado Jorge Picciani (PMDB). A categoria quer a ajuda do parlamentar para intermediar as negociações com o governo. O encontro vai acontecer na próxima terça-feira, às 14h.

? Vamos pedir que ele nos ajude a dar agilidade aos temas da nossa pauta. A categoria não vai sair da greve enquanto o governo não apresentar uma proposta completa sobre a reajuste salarial ? disse a coordenadora do Sepe, Dorotéia França.