Agronegócio

Presidente do Sistema Ocepar assume o comando do G7

Coube a José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar – Ocepar (Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), Fecoopar (Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná) e Sescoop/PR (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Paraná) – assumir a coordenação do G7, grupo de entidades representativas do setor produtivo paranaense. Ricken assume em substituição a Darci Piana, presidente licenciado da Fecomércio PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná).

Além da Ocepar/Fecoopar e Fecomércio PR, o G7 é composto por Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná), Fetranspar (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná) e ACP (Associação Comercial do Paraná).

Alinhamento

Ricken enfatizou a responsabilidade de assumir a coordenação da entidade de grande importância no cenário socioeconômico do Paraná, que tem contribuído com propostas para a formulação de ações em defesa dos interesses do setor produtivo e de todos os paranaenses. Disse, no entanto, que seu papel será de operacionalizador da pauta do grupo, “que é definida em conjunto com as sete federações que o compõem”.

Esse alinhamento decorre do espírito do G7 de ser “o instrumento de representação e integração dos empresários paranaenses nos planos de desenvolvimento do Paraná e de diálogo com o governo estadual”.

Preocupação

O coordenador afirma que tem como missão dar sequência ao trabalho que o G7 vem realizando. “Temos uma pauta de assuntos importantes para o desenvolvimento do Paraná. E, institucionalmente, o G7 é propício para isso, afinal ele reúne as sete grandes federações empresarias do setor produtivo paranaense.”

No entanto, em sua avaliação, o momento demanda foco especial em logística, que representa alto custo. “Não conseguimos exportar o custo da logística, que precisa ser reduzido para dar competitividade à nossa produção, tanto no mercado interno como no externo, do contrário iremos perder espaço, o que significa menos renda e, consequentemente, redução de empregos”, alerta.

Ricken reafirma a importância da logística para o desenvolvimento econômico do Paraná e, consequentemente, do Brasil, ao se recordar dos recentes problemas envolvendo o transporte rodoviário por causa da mobilização dos caminhoneiros. “É preciso entender que, na verdade, o que esteve por trás daquela mobilização não foi só os valores do frete, mas o modelo que expôs a deficiência que temos, uma vez que somos dependentes deste modal, pois mais de 84% do nosso transporte é feito por rodovia. Portanto, é uma questão essencial para o desenvolvimento do nosso estado e que exige ser equacionada o quanto antes”, acrescenta.

Formação política

O coordenador do G7, José Roberto Ricken, aponta que o momento político também tem de estar na pauta de preocupações da entidade, pois “vivemos um momento de crise política. Obviamente isso é assunto de discussão interna do grupo, independentemente de partido ou de tendência política, afinal a preocupação é com a viabilidade do sistema político brasileiro. Por isso, temos de discutir isso com independência, propor soluções, envolver o empresariado nesse debate. Não podemos nos omitir, pois o importante é que os governantes do país e do estado tenham um plano de desenvolvimento”.

Crise econômica e tributos ainda são desafios

A crise econômica do País, aliada à alta carga tributária, também é foco de muita preocupação ao G7, segundo José Roberto Ricken. “Tanto que temos de compatibilizar a questão tributária com o momento econômico, fazendo as reformas que a situação exige. Pode até ser que seja difícil tratar dessas questões, mas se não abordamos esses assuntos as consequências para as futuras gerações serão dramáticas”, analisa.

Ricken diz que as reformas propostas têm de prever a atualização das estruturas do governo. “É preciso rever a forma como estamos organizados no sistema federativo. Nessa questão é preciso lembrar que o que contribui para a composição do orçamento é o imposto que o empresário, que gera riqueza e proporciona emprego, recolhe para todas as esferas de governo. E isso está incompatível com a realidade do país”, pondera.

Profissionalização é o foco do Sistema

Para ser eficiente é preciso ser profissional, argumenta o coordenador do G7, José Roberto Ricken. E para isso é imprescindível investir na formação e qualificação das pessoas e na promoção social. “Esse é o papel dos sistemas S, que, aliás, está previsto na Constituição Federal. O sistema está sendo questionado e o próprio governo pensa em retirar parte desses recursos para investir em segurança. Mas, o que é mais importante, investir esses recursos, que são privados, na profissionalização das pessoas ou em penitenciárias, repressão, no aparato policial para resolver questões que, em muitas vezes, têm origem na falta de emprego?”

A profissionalização, na avaliação de Ricken, é muito mais ampla. “Para termos competitividade no mercado internacional, precisamos, por exemplo, ter uma boa gestão de custo e de tecnologia. E isso se faz com os recursos que temos. Por isso, o S é fundamental. É bom lembrar que os recursos desse sistema não vêm nem dos governos e dos trabalhos, pois são originados nas empresas, que destinam um percentual (2,5%) sobre a folha de pagamento que vai para o Sistema S. Um volume de recursos muito pequeno se confrontado com o orçamento da União e que, portanto, não vai resolve nenhum déficit do governo. Mas pode inviabilizar o sistema que não terá onde buscar os recursos para dar continuidade aos programas de formação e qualificação. Por isso, é uma questão que também cabe ser debatido pelo G7, que deve até mesmo questionar os políticos sobre os reais motivos da proposta”, avalia.

Transparência sobre aplicação dos recursos

O coordenador do G7, José Roberto Ricken, alega que há uma falta de informação sobre a real aplicação dos recursos, cuja aplicação deve ser aprovada pelo TCU (Tribunal de Contas da União), além de passar por auditorias da CGU (Controladoria Geral da União), externa e interna, submetida à apreciação dos conselhos fiscais e de administração das entidades. “No nosso caso, instituímos neste ano, uma assembleia geral das cooperativas contribuintes para a definição do planejamento e da prestação de contas. Então, quem define de fato o que o Sescoop/PR vai fazer são ascooperativas contribuintes. Na assembleia é definida a aplicação dos recursos, feita a prestação e a aprovação das contas, ou seja, há uma transparência total.”

As contribuições ao Sistema S são históricas, pois ocorriam antes mesmo da Constituição de 1988, justificando as necessidade e aplicabilidade ao auxiliar na construção de setores econômicos e profissionais brasileiros, pondera Ricken, ao destacar que estão previstas no artigo 240 da Constituição Federal, onde são definidas “como contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários e as destinam às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical”.

Dinâmica

“Assim, a mecânica arrecadatória, fiscalizatória e a aplicabilidade devem passar pelas empresas que efetivamente contribuem: industriais, cooperativistas, empresariais, comerciais, rurais e de transporte. Trata-se de custeio justo, pois é aplicável no próprio setor econômico e profissional, beneficiando, treinando, capacitando e estruturando melhores condições de trabalho, desenvolvimento econômico e promoção social respectivos”, diz o coordenador.