Cotidiano

Presidente do Itaú Unibanco diz que queda do lucro em 2016 era esperada

2014_685662986-20140204183702327afp.jpg_20140204.jpgSÃO PAULO ? O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, disse nesta terça-feira que a queda do lucro do banco já era esperada, mas que o ano começa com perspectiva mais positiva. O presidente do Itaú disse que o principal impacto no resultado do banco veio do aumento de provisões para perdas de crédito duvidosos, que ficaram em R$ 22,4 bilhões, mas a expectativa é que este número caia para algo entre R$ 14,5 bilhões e R$ 17 bilhões este ano.

O lucro líquido do Itaú em 2016 foi de R$ 21,6 bilhões, uma redução de 7,4% em relação a 2015. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido ficou em 19,8%.

? O ano de 2016 foi difícil, com inadimplência alta e situação econômica complicada. Mas 2017 começa com perspectiva melhor, com a inadimplência baixando em todos os segmentos ? pessoas físicas, grandes e pequenas empresas. Com isso, o ambiente de risco melhora ? afirmou Setúbal.

Setúbal disse que a queda na taxa de juros vai contribuir significativamente para a recuperação da economia. A previsão do Itaú para o crescimento da economia em 2017 é de 1%, estimativa mais otimista que a média do mercado, que estima uma expansão de 0,6% do PIB. Para a Selic, o Itaú espera que a taxa esteja em 9,75%.

? Embora baixo, é uma substancial melhora em relação a 2016, quando o PIB encolheu 3,5%. Os sinais de recuperação ainda são inconsistentes, mas são melhores do que havia há alguns meses ? afirmou.

Setúbal afirmou, entretanto, que se reduzidas as incertezas econômicas, se o ambiente externo contribuir, e cair o endividamento das empresas o ?ano pode surpreender?:

? Estamos cautelosamente otimistas para 2017/2018.

A carteira de crédito do banco encolheu em 2016 acima do que a instituição previa ? queda entre 5,5% e 10,5%. No consolidado, o encolhimento da carteira de crédito foi de 11%. Para este ano, o banco estima que o crédito permaneça estável ou cresça até 4%.

Ele destacou que o crescimento das operações por celular no banco cresceu 33% ano passado e que a demanda continua se expandindo, com a oferta de serviços de forma mais simples.

? Todos os produtos que estão na internet e nos caixas eletrônicos serão oferecidos pelo celular, e a tendência de crescimento se acentua ? acrescentou.

Setúbal disse que o cenário político está melhor e que as delações da Odebrecht devem afetar ?um ou outro?, mas não mudam o cenário em geral.